«As palavras "tecnologia" e "popular" não aparecem frequentemente em conjunto. Vivemos um paradoxo», realidade que as organizações promotoras do 1.º Festival de Tecnologia Popular de Setúbal querem ver resolvida com «este grande poder de volta para as mãos do povo».
Criticando o investimento de «largas somas para que cada vez mais áreas da nossa vida e da democracia se tornem dependentes da tecnologia digital», e também o apregoar da «transição digital» como um «objectivo inerentemente bom», a organização denuncia que o caminho actual de desenvolvimento da tecnologia «potencia estados autoritários, promove novas censuras e acelera o esgotamento dos recursos naturais do planeta e as alterações climáticas». O festival parte deste cenário para discutir onde está o interesse popular nessa equação, «dois dias para descobrir como libertar a tecnologia do sistema económico capitalista e pô-la ao serviço do povo.»
Organizado pela Oficina de Democracia e Ecologia Tecnológica da União Setubalense (ODET) e pelo Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral (CIDAC), o festival apela à participação de todos, com algum ou nenhum conhecimento sobre tecnologia. O espírito «é de universidade popular e entreajuda».
A programação conta com oficinas e debates com temas diversos, como «Tecnologia, género e sociedade», «Capitalismo digital», ou «A transição energética é democrática?», além de momentos de convívio e do visionamento de um filme. O evento acontece este fim-de-semana, dias 15 e 16 de Março, no edifício da União Setubalense.
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