A galeria temporária de alerta para o massacre em Gaza surgiu num edifício em ruínas, na Póvoa de Santa Iria, às portas de Lisboa. Nas paredes da Red Zone Gallery, a inaugurar este sábado, há retratos, frases e composições gráficas, onde sobressaem as cores da bandeira da Palestina – preto, verde, vermelho e branco.
A bandeira daquele país, o lenço keffiyeh e a melancia, símbolos da resistência palestiana, assim como a pomba branca, que representa a Paz, são comuns em várias pinturas da galeria divulgada por passa-palavra, «através de quem já está envolvido no projecto».
Vhils, Bordalo II, Akacorleone, Tamara Alves, c’marie, Gonçalo Mar, a dupla Halfstudio, Miguel Januário (±), Jaime Ferraz, Jorge Charrua, Rita Ravasco, Sepher AWK, Mafalda MG e António Alves estão entre os artistas que usaram o edifício como tela.
Na génese desta galeria temporária está um mural de João Pereira (Bugster). Tudo começou com a vontade que tinha de pintar um mural que abordasse o que se passa na Faixa de Gaza, desde 7 de Outubro de 2023, e com o qual pretendia «desafiar a atenção das pessoas».
Na entrada da Red Zone Gallery, ao cimo de umas escadas, foi colocado um texto explicativo e um desenho de uma criança palestiniana, feito a partir de Gaza, que funciona como ponto de partida para o que o visitante irá ver.
Hoje, entre as 14h e as 19h, haverá conversas, sobre, por exemplo, «o poder da expressão artística na construção da consciência sobre a causa palestiniana» e «o papel da comunicação social na cobertura do genocídio palestiniano, o impacto da morte de jornalistas e a formação da opinião pública», que contam com a participação de artistas de várias áreas, jornalistas e elementos de organizações como a Médicos Sem Fronteiras e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
Pela noite haverá actuações musicais, mas num outro local: o Espaço Cultural Fernando Augusto, também na Póvoa de Santa Iria, no concelho de Vila Franca de Xira. A partir das 20h irão actuar, entre outros, as cantoras Jüra e Cristina Clara, os rappers Buda XL, Riça, Tilt e Maze, e o produtor Spock.
A impune ofensiva israelita na Faixa de Gaza, que uma comissão independente da Organização das Nações Unidas (ONU) e um número crescente de países e organizações internacionais reconhecem como genocídio, já causou mais de 65 500 mortos na Faixa de Gaza, a destruição de quase todas as infra-estruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas, na maioria crianças, já morreram de fome e desnutrição.
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