De volta para mais uma edição, o Festival Ano Q, assume-se como uma alternativa cultural e comunitária, sem fins lucrativos e em absoluto contraste com a Lisboa gentrificada dos últimos anos. A iniciativa é uma «resistência directa aos eventos baseados em lucro» descreve a Quântica num comunicado.
A programação do festival também é uma frente de resistência, desafiando o mainstream com uma curadoria que privilegia artistas emergentes, pioneiros fora dos circuitos convencionais e vozes de comunidades marginalizadas, oferecendo um palco para a diversidade e a experimentação.
O arranque oficial, no dia 18, será na sede da rádio em Alcântara, pelas 18h. A sessão será dedicada ao projecto multidisciplinar Paraíso, de Maria Amor e João Ervedosa, que irá exibir avanços do seu documentário sobre as origens da música de dança em Portugal, com estreia marcada para os cinemas em Outubro.
Na sexta-feira, dia 19, os destaques incluem a artista sonora Marlene Ribeiro, com a sua mistura de folk hipnagógico e electrónica; a DJ e artista multidisciplinar palestina Saya; Margô com suas confissões do dia-a-dia que nos atiram para dançar; a rimadora e compositora brasileira Muleca XIII; e uma performance que cruza dança, audiovisual e literatura por Andrei Bessa, desafiando a cisnormatividade e a padronização dos corpos.
No sábado, dia 20, o festival continua com o pianista minimalista Tiago Sousa; o projecto sonhador com violoncelo, flauta e voz de I'A'V'; as batidas metálicas de DJ Narciso; a Roda de Sample que junta o formato da roda de samba com a sonoridade electrónica; os tambores de protesto do colectivo Sambacção; e um back-to-back entre Maribell e Marcolan. A drag queen Jenny Larrue encerrará a noite com um show «histórico». Entre as atuações, os DJs residentes Marum e DJ Yok assumirão os comandos da música. O dia conta ainda com uma exposição dos The Blacker The Berry a apresentar um testemunho da sua experiência enquanto coletividade de pessoas negras LGBTQIAP+ em Lisboa.
O festival acontecerá na Zé dos Bois, no Bairro Alto, e os bilhetes podem ser adquiridos online. A organização informa que há alocação de bilhetes solidários, para aqueles que ão disporem de meios para pagar, podendo ser comunicados através do email [email protected] ou da página de Instagram do festival.
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