Depois de Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres (2014), de Palhaço velho precisa-se e de A mulher como campo de batalha (2020), esta é a quarta abordagem d'A Escola da Noite à obra de Matéi Visniec. O espectáculo é encenado pelo próprio dramaturgo, que «queria vivenciar pelo menos uma vez na vida essa forma de emoção que é a criação de um espectáculo», e conta com artistas romenos e franco-romenos «com uma larga experiência e reconhecimento internacional», revela A Escola da Noite num comunicado.
Em Café Bonheur «falo das nossas angústias num mundo sem bússola mas defendo também a esperança, porque confio no ser humano e na sua capacidade para superar as crises», refere Matéi Visniec, citado na nota. O título do espectáculo lembra a tradição parisiense dos cafés como espaço de encontro e de socialização, de debate e de reflexão, e alerta para a «obsessão» em que se tornou, nas sociedades ocidentais, a busca individual da felicidade (bonheur).
A busca desta felicidade, afirma Matéi Visniec, «tornou-se no nosso mundo global uma obsessão, um reflexo do egoísmo primário, uma forma de cegueira e de toxicidade». Mas, pergunta, «podemos ser realmente felizes quando mesmo ao nosso lado alguém sofre horrivelmente?».
Com estreia marcada para quinta-feira, às 19h, o espectáculo mantém-se em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo até dia 30 de Novembro, com sessões às quartas e quintas-feiras (19h), sextas e sábados (21h30), e aos domingos (16h).
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