O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte torna público o protesto. Através de um comunicado enviado às redacções – onde dá conta de que trabalham mais de 400 funcionários nas sete residências de luxo para seniores com a marca Montepio – explica que a empresa se recusou a reunir com o sindicato por falta de tempo.
A empresa que, de acordo com a narrativa descrita na sua página na internet sobre «qualidade de vida», se apresenta como um projecto de construção de residências destinadas a proporcionar «a total satisfação» das necessidades dos utentes, esquece-se de assegurar os direitos elementares dos trabalhadores.
Com «residências de luxo», pelas quais «cobra quantias muito elevadas aos utentes, paga o salário mínimo nacional (557 euros) a todos os trabalhadores com a categoria de ajudante de acção directa, quando numa IPSS o salário é de 614 euros».
A estrutura sindical acrescenta que os horários de trabalho não são elaborados de acordo com o estabelecido na lei, procedendo a alterações na escala mensal, «várias vezes no mês e por vezes no próprio dia, sem consultar os trabalhadores nem os delegados sindicais, alterando mesmo o regime de fixo para rotativo».
A conciliação da actividade profissional com a vida familiar fica condicionada pelo facto de os trabalhadores serem obrigados a fazer turnos de 12 horas diárias. A situação torna-se mais grave, adianta o comunicado, pelas ameaças de despedimento e de revisão do contrato, «dando a uns horários melhores e a outros os piores, recusando, anos seguidos, o gozo do dia de Natal, Ano Novo e Páscoa a muitos trabalhadores».
A precariedade cresce ainda pelo facto de a empresa não pagar os dias feriados, não respeitar o gozo de férias e, acrescenta o sindicato, não cumprir a contratação colectiva.
Falta segurança no Porto
A denúncia dos trabalhadores recai também sobre a Residência do Montepio do Porto onde, dizem, «há falta de saúde e de segurança». Declaram que as instalações já foram assaltadas várias vezes e que, apesar de os funcionários ficarem sem os seus pertences, «são proibidos de chamar as autoridades policiais».
Os trabalhadores revelam ainda que a lavandaria funciona sem as condições mínimas de saúde. «Há muito calor, as máquinas avariam, [...], as roupas infectadas não são separadas devidamente e há roupas que não são passadas a ferro por falta de pessoal ou devido a máquinas avariadas há muito tempo».
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