Passar para o conteúdo principal

«Com tanta preocupação só nos resta um caminho, continuar a luta pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores açorianos, pois ela é condição essencial para uma região que se quer desenvolvida, de progresso e justiça social», afirmam as organizações promotoras num comunicado ontem divulgado.

A propósito da manifestação/concentração que marcaram para este sábado, dia 8, entre as 10h e as 11h45, na Praça Velha, em Angra do Heroísmo, sublinham: «Não aceitamos aquilo em que alguns querem transformar a sociedade, querem produzir com meios do século XXI, pagar salários do século XX e remeter os restantes direitos dos trabalhadores para o século XIX.»

A União dos Sindicatos de Angra do Heroísmo, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/Açores), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e o Grupo dos Trabalhadores do Comércio da Ilha Terceira elencam, no documento, os propósitos subjacentes à mobilização.

No sector do Comércio, fixam como objectivos, entre outros: a defesa da contratação colectiva; a conciliação da vida profissional e pessoal; o direito ao subsídio de alimentação e a diuturnidades; o fim da adaptabilidade e do banco de horas.

Outra situação a que o texto dá destaque é o despedimento colectivo dos trabalhadores da Cooperativa Praia Cultural, com as organizações referidas a demonstrarem «repúdio e desagrado pela postura adoptada pelo Município da Praia da Vitória».

«É lamentável a forma como o processo tem sido conduzido, provocando angústia e ansiedade em dezenas de trabalhadores, mas tendo também um efeito nefasto sobre centenas de outras pessoas, que de forma directa ou indirecta serão afectadas», denunciam, acrescentando que os trabalhadores em causa contarão com o apoio e a solidariedade de todo o Movimento Sindical Unitário Açoriano.

Muitas preocupações a que é preciso dar resposta

As organizações promotoras expressam a sua preocupação com a realidade dos trabalhadores açorianos, marcada por intensos ritmos de trabalho, turnos informados de véspera, limitação e negação de direitos de maternidade e paternidade, chantagens, pressões e represálias.

Também pela existência de contratos a prazo, falsos recibos verdes, trabalho à peça e à hora, falsos estágios e vínculos precários, num contexto de «aumento brutal do custo de vida, que está a dificultar cada vez mais a situação social e económica dos açorianos», que irá agravar-se «com a contenção salarial generalizada».

A desigualdade, a redução de rendimentos, os custos da insularidade são igualmente apontados pelas organizações promotoras, que reivindicam, entre outros aspectos, o aumento geral dos salários e das pensões; as 35 horas semanais para todos os trabalhadores, sem perda de retribuição; o combate à desigualdade de género; bem como a aposta na formação profissional e na segurança e saúde no trabalho.