|Professores

Sindicato dos Professores do Norte diz não aceitar censura

Em Gondomar, foi movido um processo de inquérito a uma directora do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, do qual resultou uma suspensão e a perda de mandato, porque permitiu que professores colocassem duas tarjas reivindicativas na escola.

Centenas de professores concentraram-se, no dia 3 de Janeiro de 2023, em frente ao Ministério da Educação, Lisboa, enquanto uma delegação da Fenprof entregava um abaixo-assinado com mais de 43 mil assinaturas de docentes e educadores ao ministro João Costa, contra as propostas de alteração ao regimo de concursos apresentada pelo Governo PS. 
CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

Mais uma nota de atropelo às liberdades democráticas e mais um ataque a professores. Desta feita, segundo nota de imprensa do Sindicato dos Professores do Norte, uma professora e directora de um Agrupamento de Escolas foi alvo de um processo disciplinar e perda de mando por motivos, no mínimo, pidescos.

A professora apenas permitiu, também porque não o podia impedir, que os professores de uma das escolas colocassem duas tarjas reivindicativas na mesma, que diziam «Pela Escola Pública» e «Estamos a dar a aula das nossas vidas».

Estas são as frases que conduziram ao procedimento disciplinar do qual resulta a intenção de demitir a Professora, enquanto Diretora do Agrupamento.

Para o sindicato, «se o processo é inaceitável e revela um acto censório que não se coaduna com os cinquenta anos de abril, a proposta de pena – perda de mandato – é absolutamente insólita, até porque carece de fundamento». 

O caso é tanto quanto estranho na medida em que não houve qualquer ordem para retirar as tarjas e o dever de imparcialidade jamais foi colocado em causa. A estrutura sindical diz estar a acompanhar juridicamente a professora, estando a analisar a implementação de outros procedimentos que vier a considerar necessários.

O Sindicato dos Professores do Norte diz que «se a Liberdade que Abril nos deu fica em causa neste processo, a autonomia das Direções na gestão das Escolas é atirada para o lixo» e, assim, lança o «desafio ao Sr. Ministro da Educação para que possa honrar Abril, encerrando este processo com uma profunda censura ao comportamento da sua própria administração».
 

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui