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Série «O Ministério do Tempo» com salários em atraso

O Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE) divulgou hoje, em comunicado, que cerca de 60 trabalhadores – actores e equipa técnica da série televisiva O Ministério do Tempo – têm os salários em atraso.

Série «O Ministério do Tempo»
Série «O Ministério do Tempo»Créditos / RTP

«As gravações da 2.ª temporada da série da RTP Ministério do Tempo, produzida pela Just Up, estão neste momento paradas», tendo em conta que há vencimentos em atraso. O CENA informa que os trabalhadores decidiram «interromper a produção, faltando ainda gravar seis episódios para completar a 2.ª temporada».

O sindicato afirma que, tendo sido informado pelos trabalhadores, entrou «desde logo em contacto com a Just Up para encontrar uma resolução breve, no entanto, a produtora não respondeu».

O CENA afirma que não tomou antes uma posição pública para não prejudicar «diligências» que estavam a ser feitas para «desbloquear» a situação.

Também hoje, na rede social Facebook, o actor António Capelo, um dos protagonistas da série, tornou pública uma carta em que dá conta do caso.

Na carta, que é também assinada pelos actores Luís Vicente, João Craveiro, Andreia Dinis, Mariana Monteiro, João Vicente, Samanta Castilho, Carla Andrino e Ângelo Rodrigues, são referidos vários percalços pelos quais a série passou, ainda durante a primeira temporada, a cargo da produtora Iniziomédia, e já nesta 2.ª temporada, a cargo da produtora Just Up, com atraso no pagamento dos salários.

«Mas, mais uma vez, os ordenados não são pagos no final do mês [Maio]. Voltámos a parar e, ao fim de um mês, a situação não está sequer em vias de resolução», lê-se na carta. Deixam ainda um aviso: «gostaríamos de deixar um forte alerta a todos os companheiros de profissão sobre o risco que corremos ao aceitar convites para trabalhar com algumas produtoras que, infelizmente, não merecem a dedicação dos profissionais que tudo fazem a bem do seu trabalho e deixar um apelo à direcção da RTP para que não nos deixe à mercê daqueles que, a coberto de uma maior oferta no mercado audiovisual, se apresentam a concurso sem as condições mínimas para exercerem dignamente esta actividade.»

«Das informações que dispomos, estimamos em cerca de 60 os trabalhadores que neste momento têm vencimentos em atraso e de que fazem parte actores do elenco fixo e adicional, e elementos da equipa técnica», afirma o CENA, adiantando que «conseguiu também apurar que os valores em dívida respeitantes ao mês de Maio chegam às centenas de milhares de euros», e acrescentando que «alguns trabalhadores da primeira temporada não têm também a sua situação regularizada».

«Esta situação é da total responsabilidade da Just Up, mas parece-nos importante que a RTP tome uma posição sobre este assunto», lê-se no comunicado sindical.

O CENA refere que, «no audiovisual, infelizmente, estas situações vão-se repetindo com alguma regularidade».

A estrutura sindical salienta que «a situação destes profissionais é ainda mais delicada tendo em conta os vínculos precários com que estavam a exercer as suas profissões». São trabalhadores «por conta de outrem», sendo que, segundo o CENA, «só um contrato de trabalho lhes garante os seus direitos e facilita, neste caso, a recuperação das remunerações em falta».


Com Agência Lusa

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