Na passada sexta-feira, Dia Internacional do Enfermeiro, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) decretou greve em apenas dois turnos, para dar possibilidade aos enfermeiros de se manifestarem junto do Ministério da Saúde. A paralisação, segundo a nota, foi decretada com uma antecedência de dez dias úteis para possibilitar que as situações urgentes pudessem ser reprogramadas.
Sucede que, critica o sindicato, o Conselho de Administração «nada fez» para reprogramar, por exemplo, cirurgias mais urgentes. «Pelo contrário, limitou-se, uma vez mais, a interferir com o dia de greve impedindo os enfermeiros de saírem da instituição, procurando que, num dia de greve, tudo se faça como num dia normal», denuncia-se na nota. Além de contestar os serviços mínimos das últimas greves realizadas pelos enfermeiros, o Centro Hospitalar de Setúbal alega «prejuízos», que «não são e nunca foram reais», acrescenta.
O SEP afirma que defendeu o direito à greve dos enfermeiros, mas que, por via do tribunal arbitral, o Conselho de Administração conseguiu impedir os enfermeiros de se manifestarem junto ao Ministério da Saúde, algo que o sindicato entende como um «ataque ao direito à greve e um atentado à liberdade destes profissionais, sem qualquer justificação». Isto porque, salienta o sindicato, «em décadas de greve nada aconteceu que pudesse remotamente dar corpo às "preocupações" do Conselho de Administração».
A estrutura sindical repudia a atitude «condenável e antidemocrática», e defende que, através dela, «as populações podem perceber melhor como os gestores públicos destroem os serviços públicos e promovem a desmotivação e o abandono» do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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