O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, anunciou que os dirigentes do sindicato vão realizar uma reunião no auditório da Escola Prática da Polícia (EPP), esta quarta-feira, para decidir formas de luta que os polícias vão realizar durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), na primeira semana de Agosto, e promovem de seguida uma concentração à entrada da EPP, com entrega de folhetos aos alunos.
Paulo Santos sublinhou que os protestos a realizar durante a semana da JMJ podem passar por manifestações e concentrações, mas vão ser feitos em consciência para os polícias «não serem acusados de irresponsabilidade ou alvo de processos disciplinares».
O presidente da ASPP afirmou que o sindicato apresentou uma proposta de alteração às tabelas remuneratórias, mas ainda não obteve qualquer resposta do Ministério da Administração Interna, estando ainda em causa nesta luta a pré-aposentação, a reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a organização do dispositivo da PSP para JMJ.
Em comunicado, a ASPP indica que a concentração junto à EPP pretende alertar para as dificuldades que a Polícia de Segurança Pública atravessa.
«O curso de formação de agentes que está actualmente a decorrer na EPP tem apenas 588 candidatos, longe dos números do passado. São homens e mulheres polícias que vão começar a sua carreira a ganhar pouco mais que o ordenado mínimo nacional. A maioria irá ser colocada em grandes centros urbanos sem hipótese de alojamento digno, longe da família», precisa o maior sindicato da PSP, frisando que os polícias «não podem continuar impávidos e serenos a assistir à morte da PSP».
Além dos protestos que a ASPP quer organizar individualmente durante a JMJ, este sindicato da PSP faz também parte da estrutura que congrega os sindicatos e associações da Guarda Nacional Republicana (GNR), SEF, guardas prisionais, Polícia Marítima e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que já anunciou acções de luta para aquela semana de Agosto.