«Num ano marcado por intempéries, pelos efeitos da pandemia de Covid-19, pelo aumento galopante dos custos dos factores de produção e pelo incremento dos custos de transporte» que continuam a não ser assumidos pelo comércio e pela indústria, que optam por os imputar aos agricultores, «é certo que irão manter-se em baixa os rendimentos dos produtores», avisa a CNA, em comunicado enviado ao AbrilAbril.
Muito embora a produção de vinho se tenha mantido aos mesmos níveis de 2020, na castanha a produção baixou significativamente, ao ponto de nem um pequeno «aumento do preço na produção, em razão directa da menor oferta», acaba por compensar a pouca castanha que conseguiram produzir. Em alguns locais a redução chega a ser na ordem dos 60%, como é o caso de Valpaços, que de três toneladas em 2020, fez uma em 2021.
A estimativa para o vinho aponta para «um aumento global da produção nacional de cerca de 1%, embora com quebras em algumas regiões», contudo, em geral, «as expectativas quanto aos preços à produção não vão além da manutenção dos preços (baixos) das últimas campanhas». Mesmo no Douro, com crescimento na ordem dos 10 a 20%, não chega a ser o suficiente face às necessidades dos agricultores.
Esta situação, que se arrasta há várias campanhas, vai continuar a ditar «o afastamento da produção por parte de pequenas e médias explorações em diversas regiões», que inevitavelmente resultará na concentração da produção em grandes conglomerados agrícolas, reduzindo a diversidade e a qualidade da produção nacional.
A CNA reclama medidas »capazes de garantir o escoamento dos produtos agrícolas a melhores preços para a produção e de travar o aumento brutal dos custos dos factores de produção», como é o caso da electricidade e do combustível.
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