O Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT/CGTP-IN) emitiu um comunicado no qual da conta do ambiente que se vive dentro da Nokia Portugal, assim como denuncia um despedimento de oito trabalhadores de forma «ilegal».
Os trabalhadores visados receberam a comunicação formal de intenção de despedimento a 17 de Novembro, segundo informa o sindicato. O STT alerta que, caso se concretize, este despedimento poderá provocar «drásticas consequências» no clima laboral da empresa, afetando a confiança entre profissionais que, afirma o sindicato, sempre demonstraram compromisso com a organização.
O comunicado denuncia ainda que a Nokia terá informado os trabalhadores de que, «por inexistirem tarefas que possam ser desenvolvidas», estes ficariam dispensados de prestar trabalho durante o processo, embora com manutenção da remuneração. Para o STT, esta posição constitui uma «violação clara e grosseira do dever de ocupação efectiva», obrigação legal que impõe às empresas a garantia de funções adequadas para os seus trabalhadores.
O sindicato afirma ter «sérias dúvidas quanto à legalidade do processo», classificando a fundamentação apresentada pela empresa como «falaciosa» e «assente numa realidade virtual» que não corresponde ao trabalho efetivamente desenvolvido pelos profissionais.
O STT já solicitou uma reunião urgente aos Recursos Humanos da Nokia para exigir a suspensão imediata do processo e defender os direitos dos trabalhadores, garantindo que irá denunciar publicamente o caso. O sindicato alerta para o risco de que este despedimento seja apenas o início de novas «reestruturações» internas.
Numa crítica mais ampla à legislação laboral e ao pacote laboral apresentado pelo actual Governo (PSD/CDS-PP), o STT alerta que, se estes oito trabalhadores enfrentam agora as «agruras» das leis laborais, o futuro poderá trazer ainda mais despedimentos num quadro legislativo que consideram cada vez mais favorável às entidades patronais.
O sindicato termina a apelar à unidade dos trabalhadores para combater «a facilidade do despedimento coletivo em Portugal», reafirmando os seus 91 anos de intervenção e luta pelos direitos laborais.
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