«Desta informação toda que nós recebemos aqui destes profissionais, o que ressalta é que as informações que são públicas nos deixam muito preocupados, mais do que estávamos há uns tempos». Foi assim que André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, sublinhou a preocupação com os problemas das urgências na especialidade de ginecologia e obstetrícia no final de uma reunião com a administração da Unidade Local de Saúde da Arrábida, realizada no Hospital de São Bernardo
Além de André Martins, participaram também na reunião Francisco Jesus, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, e Luís Miguel Calha, vice-presidente da Câmara Municipal de Palmela. Os autarcas dos três municípios que abrangem o território Arrábida visitaram o local e decidiram, face ao que foi relatado, pedir uma reunião de urgência com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
A reunião, segundo André Martins, servirá para esclarecer a noticiada ideia de concentração das urgências da especialidade no Hospital Garcia da Orta, em Almada, e saber «se há algum plano para olhar para a Península de Setúbal» e para a oferta nela existente.
«Vamos pedir à senhora ministra uma reunião com carácter de urgência, para avaliarmos a situação. O que transparece da informação que colhemos é que se está muito a procurar resolver o problema das urgências, sempre com dificuldades, mas o problema não é só esse, é também o funcionamento dos serviços. Os doentes que estão nos serviços precisam de ser tratados e precisam lá dos profissionais», reiterou o presidente da autarquia sadina..
Já Francisco Jesus disse que na reunião com a administração da Unidade Local de Saúde da Arrábida (ULSA), os autarcas também tentaram perceber quais os problemas que existem no terreno e as eventuais soluções. O mesmo considerou que o encerramento programado das urgências de obstetrícia repartido rotativamente pelos três hospitais da Península de Setúbal é um «problema conjuntural, mas que se agravou nos últimos tempos».
Relativamente ao diagnóstico, o autarca disse que, segundo a administração da Unidade Local de Saúde da Arrábida, «as equipas estão altamente reduzidas e esgotadíssimas», sendo que «grande parte da equipa de obstetrícia do hospital de São Bernardo tem mais de 55 anos».
Francisco Jesus entende que «o problema de fundo tem a ver com a dificuldade de contratação de profissionais, que vão sendo atraídos para o setor privado», defendendo a criação de «condições para que se fixem no Serviço Nacional de Saúde» através de «contratações com um valor acrescentado para vagas carenciadas», as quais deviam contemplar «todos os hospitais da região, incluindo o São Bernardo».
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