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Ocupação mata outro jornalista em Gaza

O Sindicato dos Jornalistas Palestinianos condenou o assassinato de Ahmad Abu Aisha, correspondente da Palestine Today TV, classificando-o como «crime deliberado» da ocupação para «silenciar a verdade».

Palestinianos choram a morte dos cinco jornalistas mortos por Israel a 26 de Dezembro de 2024 frente ao Hospital al-Awda, no campo de refugiados de Nuseirat CréditosAbdel Kareem Hana / Al Mayadeen

De acordo com o gabinete de imprensa do governo em Gaza, Ahmad Abu Aisha é o 229.º jornalista ou trabalhador da imprensa a ser morto desde o início da ofensiva israelita contra o enclave cercado, em Outubro de 2023.

Num comunicado a que a PressTV faz referência, o gabinete informa que o jornalista trabalhava para a Palestine Today TV e que perdeu a vida ao ser atingindo directamente por um drone israelita em frente à sua casa, a oeste do campo de refugiados de Nuseirat (Centro da Faixa de Gaza).

O texto condena o «assassinato sistemático de repórteres palestinianos em Gaza» e apela às organizações de imprensa e dos direitos humanos para que condenem «os crimes sistemáticos contra os jornalistas» no enclave palestiniano.

Também o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos (SPJ) se pronunciou, esta quinta-feira, sobre o caso, informando que Abu Aisha teve morte imediata e sublinhando que se trata de «um crime deliberado contra um jornalista» que cumpria o «seu dever profissional e nacional».

O sindicato acusou Israel de levar a cabo «uma política premeditada de ataque a jornalistas e instituições de comunicação social, numa violação flagrante de todas as leis internacionais e humanitárias que garantem a protecção aos profissionais de comunicação social durante conflitos armados».

Neste contexto, o organismo apelou a uma acção urgente a nível das instituições internacionais e pediu ao Tribunal Penal Internacional que responsabilize os dirigentes da ocupação sionista por «estes crimes», perpetrados contra os jornalistas.

«Os jornalistas palestinianos tornaram-se alvos simplesmente por fazerem o seu trabalho – transmitir a verdade ao mundo», afirma o texto.

SPJ: ocupação matou sete jornalistas em Junho

Também na quinta-feira, o SPJ informou que as  forças de ocupação israelitas assassinaram sete jornalistas no mês passado, sendo esse o «crime mais destacado» de todos os que «o regime de ocupação» levou a cabo em Junho.

Em comunicado, o sindicato acusa Israel de continuar a perseguir os jornalistas na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e nos territórios ocupados em 1948, sublinhando que, só no mês de Junho, os trabalhadores do sector foram alvo de uma centena de ataques.

Além do assassinato de sete trabalhadores, o organismo registou ferimentos graves – de bala ou estilhaços – noutros 16, tendo ainda destacado os ataques directos das forças de ocupação a familiares de jornalistas, cinco dos quais também perderam a vida na sequência de bombardeamentos.

No mesmo período, o sindicato registou a detenção de três jornalistas, bem como o facto de outros quatro terem sido levados a tribunais militares.

Entre outros aspectos referidos pelo relatório, contam-se também a demolição ou encerramento de seis instituições de comunicação social e a destruição de dez casas de trabalhadores do sector.

O sindicato documentou igualmente, no mês passado, uma série de ataques perpetrados pela ocupação, por via das suas forças de segurança e dos colonos, «contra equipas de comunicação social árabes e ocidentais que cobriam a queda de mísseis iranianos nalgumas zonas dos territórios ocupados de 1948».

Bombardeamentos incessantes

Os ataques das forças israelitas à Faixa de Gaza continuam a gerar elevado número de vítimas e, de acordo com as autoridades de saúde, provocaram pelo menos 57 762 mortos desde Outubro de 2023 até à passada quinta-feira, revela a agência Wafa.

No mesmo período, pelo menos 137 656 pessoas ficaram feridas, sendo a maioria das vítimas mulheres e crianças.

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