A distinção foi atribuída por maioria de votos do júri, integrado pelo economista argentino Claudio Katz, a historiadora cubana Francisca López Civeira, a socióloga peruana Mónica Bruckmann, o arquitecto venezuelano Farruco Sesto e a filósofa venezuelana Carmen Bohórquez.
Um texto publicado pelo Centro de Estudos Latino-americanos e das Caraíbas Rómulo Gallegos (Celarg) informa que a obra premiada, publicada em Caracas pela Editorial El Perro y la Rana (2023), «faz uma contraposição marxismo/antimarxismo muito actual e útil, ao mesmo tempo que traça a trajectória e as diversas interpretações do marxismo na América Latina».
Refere ainda que isto «permite ao leitor entender o decurso e a actualidade da nossa própria realidade».
«Explora também a história da filosofia para demonstrar como esta foi utilizada para reforçar a primazia da Europa como um modelo cultural e intelectual que deve ser cultivado e imitado no resto do mundo ocidental», lê-se na nota informativa, que divulga o texto do júri.
Este considerou que, perante tal colonialismo mental, Guadarrama «reivindica as teses de Marx e investiga as verdadeiras causas dos problemas socioeconómicos do nosso continente».
Além disso – nota o júri –, coincide com outras propostas libertadoras quanto à necessidade de que sejam os povos, por si mesmos, a fazer valer o seu direito de estabelecer as suas próprias referências culturais e decidir o seu próprio destino.
Menções honrosas na 13.ª edição do prémio criado por Chávez
O júri da XIII edição do prémio decidiu ainda atribuir menções honrosas a diversos autores, como Atilio Borón e Paula Klacko, por Segundo Turno, El resurgimiento del Ciclo Progresista en América Latina y el Caribe; e Jorge Sanjinés, por Cine y Sociedad.
Foram ainda atribuídas distinções a José Guadalupe Gandarilla, por Totalidad del Capital, Teorización, Crítica y Encare De-colonial. Hacia la descolonización del Conocimiento; e a Ramón Grosfoguel, por Pensamientos Descoloniales desde América Latina.
Sergio Rodríguez Gelfenstein recebeu uma menção honrosa pela sua obra China en el Siglo XXI: El Despertar de un gigante, enquanto Vladimir Acosta foi distinguido por Salir de la Colonia.
Membro da Academia de Ciências de Cuba e doutor em Ciências e Filosofia, o vencedor do prémio publicou extensa obra sobre o pensamento latino-americano. Pablo Guadarrama dirigiu também vários projectos de investigação e teses em Cuba e no estrangeiro, e participou em múltiplas conferências e congressos internacionais, nomeadamente na América Latina, nos EUA, em Espanha, na Rússia e na Alemanha.
O Prémio Libertador para o Pensamento Crítico, criado em 2005 por Hugo Chávez, é considerado a mais importante distinção atribuída ao pensamento contra-hegemónico em língua castelhana, refere o Celarg.
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