O fim do dia de campanha eleitoral desta terça-feira ficou marcado por apelos ao voto de todos os quadrantes políticos. O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou querer que os portugueses votem ao centro por ser aí que está a «virtude, a moderação e a mudança», aproveitando a narrativa eleitoral para fazer esquecer que, enquanto esteve no governo, o seu partido foi responsável por um dos maiores saques da história aos trabalhadores e às funções sociais do Estado.
Da parte do PS, António Costa enfatizou a ideia de que sem o seu partido não teria sido possível pôr fim à austeridade, aumentando a credibilidade internacional, mantendo a sua posição de obediência à União Europeia que constrange o desenvolvimento do País e fazendo por esquecer o papel imprescindível dos partidos mais à esquerda no Parlamento para toda a linha política de reposição de direitos registada nesta legislatura.
Assunção Cristas, pelo CDS-PP, apelou ao voto no seu partido, que diz ser o das «vozes alternativas» ao PS e ao PSD e à «esquerda radical», que «são uma ameaça». A líder centrista quer afastar o País do actual rumo político – que se traduziu em conquistas e avanços sociais, ainda que limitados –, reiterando que o voto é que conta: «a minha força está nas vossas mãos».
No espectro oposto, o secretário-geral do PCP, lembrou que quantos mais os votos na CDU, «na foice e no martelo com o girassol ao lado», «mais espaço» terão as suas propostas e intervenção «para fazer o País avançar». E sublinhou que o voto em PS, PSD e CDS-PP pode gerar a aprovação de políticas, como aconteceu no final da legislatura, de submissão às «exigências do grande patronato e dar-lhes de bandeja novas possibilidades para generalizar a precariedade e, assim, garantir novas fontes de acumulação da riqueza», com a aprovação das normas gravosas da legislação laboral.
O dirigente comunista referiu que «é possível e necessário, como os últimos anos mostraram, o aumento dos rendimentos, que se revelou indispensável para o crescimento da economia e o aumento do emprego». E sublinhou ainda que o caminho tem de ser o do aumento generalizado dos salários e do salário mínimo nacional para 850 euros, como forma de consolidar o crescimento já alcançado.
Catarina Martins, líder do BE, apelou ao voto dos indecisos e dos que rejeitam uma maioria absoluta, referindo que o seu partido nunca faltou em matérias de «salário, pensão, saúde, educação, justiça, um País que seja capaz de responder à emergência climática ao mesmo tempo que responde à emergência social».
A determinação do futuro da governação do País estará nas mãos dos mais de 10 milhões de eleitores no próximo domingo, que com o seu voto irão eleger os 230 deputados à Assembleia a República e de cuja composição resultará a formação do próximo governo constitucional.
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