Após analisar o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Mina do Barroso, no concelho de Boticas, o PEV volta a dizer «não» à exploração de lítio naquele local. Em causa, revela num comunicado, estão razões de ordem ambiental, social, económica e cultural, e o respeito pelas populações que ali vivem.
Para além de sublinharem «o grande valor ambiental da região, que o EIA, mesmo com graves lacunas de estudo, nomeadamente a nível do lobo-ibérico, vem confirmar», os ecologistas consideram que esta é uma zona «única» e que deve ser preservada, «composta por aldeias e um mosaico de paisagens naturais, seminaturais e agrícolas, onde persistem os lameiros com a silvopastorícia».
Numa altura em que as crises climática e sanitária levam a questionar os modelos de produção, o PEV admite que estas formas «devem servir de exemplo e serem mais que nunca preservadas e valorizadas», recordando a classificação atribuída pela Organização das ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e criticando a afirmação do ministro do Ambiente, de que «o lítio tem que ser explorado onde se encontra».
Entre outras questões consideradas relevantes, «Os Verdes» alertam para a «deterioração dos recursos hídricos» e os impactos em cadeia sobre a «biodiversidade, habitats, biótopos e especificamente para todas as espécies (fauna, flora) mais dependentes do meio hídrico e das galerias ripícolas», como a toupeira de água ou os mexilhão-de-rio (Margaritifera margaritifera), uma espécie em via de extinção. Por outro lado, critica a falta de transparência de todo o processo, «que decorreu desde o início sem o envolvimento da população e dos eleitos locais».
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