|Forças Armadas

Militares no terreno: há decisão, faltam meios

A Associação Nacional de Sargentos interroga-se sobre as propostas do Governo de um maior empenho dos militares no apoio ao combate aos incêndios, considerando a redução de efectivos imposta por sucessivos governos.

Fuzileiros participam nas operações de rescaldo do incêndio de Pedrógão Grande, junto a uma aldeia do concelho de Figueiró dos Vinhos. 21 de Junho de 2017
CréditosMiguel A. Lopes / Agência LUSA

A Associação Nacional de Sargentos (ANS) questiona a forma como se «vai concretizar este “papel alargado” das Forças Armadas», com «mais missões, mais obrigações, mais tarefas» e «como vai ser feita a preparação, o reequipamento e a reestruturação sobre a forma como os militares deverão actuar no terreno», relembrando a propósito «a promessa não cumprida da Proteção Civil de fornecer fatos, botas, máscaras e capacetes para os militares, tendo estes andado no terreno com as fardas normais e as solas das botas a derreter».

No comunicado que divulgou, a ANS chama também a atenção para o despacho 8462/2017, publicado no passado dia 27 de Setembro, onde são visíveis cortes nos números de vagas para admissão aos cursos, tirocínios ou estágios para ingressos nas várias categorias militares dos quadros permanentes das Forças Armadas, considerando que «para além do corte em efectivos, e da evidente inversão da suposta pirâmide hierárquica, esta redução de vagas vem afectar a moral e a coesão, pela forma como foram excluídos diversos candidatos aos cursos de sargentos e de oficiais». Uma situação que, segundo os sargentos, não será da exclusiva responsabilidade do Governo «pois, conforme se pode ler no texto do diploma, os números são fixados também sob proposta do chefe do Estado-Maior do respectivo ramo».

A ANS sublinha que «estes factos ocorrem na mesma altura em que as promoções, apesar de terem sido orçamentadas de acordo com o plano apresentado no ano anterior, tardam em ser publicadas, acentuando o mal-estar e o prejuízo material efectivo, que mais se agravam quando percebemos que na proposta de Orçamento do Estado para 2018 não estão objectivamente expressos os métodos, os mecanismos e as condições em que se deverá processar o descongelamento das carreiras dos militares».

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