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Livre «olha para a direita e pisca-pisca»

Rui Tavares admitiu dialogar com a «direita democrática», um conceito amplo o suficiente para apagar as linhas programáticas de quem quer atacar os trabalhadores. No rol de declarações infelizes, Tavares defendeu ainda o reforço do belicismo no leste europeu.

CréditosJosé Sena Goulão / Lusa

Curvas e contra-curvas. Paradoxalmente, esta tem sido a linha política do Livre. Se, por um lado, o partido liderado por Rui Tavares se tenta apresentar como um projecto de esquerda, quando confrontado com acções concretas e a sua política de aliança, o pé foge-lhe para a verdade. 

Esta quinta-feira, Rui Tavares veio a público dizer que admitia entendimentos à direita, alimentando a narrativa futurologista de cenários pós-eleitorais. O líder do Livre ainda tentou retratar-se afirmando que seria somente com a «direita democrática», não falando de conteúdos e focando-se exclusivamente na forma. Ainda estava fresca a associação recente entre imigração e criminalidade ou as declarações relativas à IVG por parte da «direita democrática».

Disse então, Rui Tavares, que «há caminho a fazer, não é em tudo, não temos a mesma visão sobre o SNS. A direita propõe coisas para o SNS que não é o que a maior parte das pessoas quer, porque têm medo de perder o que lhes tem servido, mas há questões democráticas nas quais podemos dialogar». Resta, então, responder, por exemplo, se a destruição do SNS que a direita quer não é uma questão de ataque à democracia.

A assessoria de imprensa do Livre procurou ainda dizer que o plano de entendimento com a direita passaria apenas pelo «novo aeroporto, uma revisão constitucional ou a revisão de lei eleitoral». Ou seja, todos os aspectos em que a direita afia as facas para piorar o estado país.

Acresce a tudo isto, não se dando por feliz, o facto de Rui Tavares seguir ainda o guião de Macron, Meloni ou Borrell, ao vincar que a Ucrânia deve ser «apoiada» militarmente. As declarações podiam ser apenas vãs, mas Tavares diz que esta é condição para vencer a guerra com a Rússia, chegando mesmo a defender a criação de uma comunidade de defesa europeia, que faça investimentos comuns naquela área, onde converge com o Bloco de Esquerda.

A defesa do militarismo parece, então, óbvia, quando diz que a União Europeia «é uma boa central de compras», que pode «comprar mais barato por atacado para distribuir pelos países» e que «isso na indústria da defesa também é muito importante».

Com todas estas declarações, o criador do Livre procurou já sair do buraco em que se meteu e acusou a esquerda de estar a procurar roubar votos e de sectarismo. Se sabe bem o que disse, porque é que agora se faz de vítima. 

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