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Estudantes em luta pelo elementar direito a comer

À medida que o custo de vida aumenta, as dificuldades também aumentam.  Algumas dificuldades passam por não ter o que comer. Hoje, vários estudantes realizaram uma acção de luta contra o aumento do preço da refeição social.

Em contexto de dificuldade, quando falha o Estado, falha tudo. Propinas, alojamento, livros, alimentação são todos elementos que contribuem para a imposição de empobrecimento. Se os trabalhadores a meio do mês já não sabem como será a sua vida para o mês que falta, os seus filhos, que querem somente exercer o seu direito a estudar também não. 

A dramática situação provocada pelo aumento do custo de vida coloca estudantes a passar fome e se a refeição social servida pelos serviços de Acção Social Escolar poderia servir para contrariar essa situação, tal não se está a verificar. 

A verdade é que o preço de tal refeição social está anexado ao Indexante de Apoios Sociais que têm como referência o salário mínimo nacional, logo tem sido alvo de constantes aumentos. A indexação tem em conta o aumento nominal do salário mínimo nacional , mas o que a inflação nos tem demonstrado é que, mesmo com esse aumento, verifica-se uma perda no valor real dos salários. Ou seja, a refeição social aumenta mesmo com o empobrecimento comprovado. Assiste-se então a um desvirtuamento do seu propósito, uma autêntica penalização. 

Foi neste sentido que hoje, em Lisboa, vários estudantes foram para a porta da Cantina Velha da Cidade Universitária protestar contra o recente aumento do preço da refeição social nas cantinas da Universidade de Lisboa (de 2,80€ para 3€), que entrou em vigor no início de Outubro,

A preparação da acção não foi fácil, já que segundo uma nota de imprensa enviada pela Associação de Estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, «a administração dos Serviços de Acção Social da Universidade de Lisboa, através da polícia, tentou impedir a distribuição dos documentos de divulgação da concentração, juntamente com a recolha de assinaturas do abaixo-assinado». 

Segundo a mesma, resistindo aos laivos bafientos das tentativas de repressão, «em resposta a isto, e de forma pacífica e esclarecedora, os estudantes afirmaram o seu direito à distribuição dos documentos continuando a fazê-lo». 

As palavras de ordem dos estudantes foram várias e esclarecidas, revelando a ampla unidade na concentração. «Ação social não existe em Portugal», «Eles comem como reis e a gente traz de casa», «Tenho fome, quero comer, mas na cantina não consigo. Com fome eu estou com fome eu fico», foram o que as vozes unidades e esclarecidas entoaram. 

Parece que acção estudantil não parará e para já os estudantes têm já perto de 4000 assinaturas no tal abaixo-assinado que exige a alteração do preço da refeição social. A elementar justiça de ter um prato de comida, associado à revolta de muitos não o conseguirem, é o catalisador que dá força à agitação. 
 

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