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CNA pede que lavoura nacional e agricultores não sejam esquecidos

Em carta aberta aos órgãos de soberania, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defende medidas específicas para salvaguardar a produção nacional, a segurança alimentar e a agricultura familiar.

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Créditos / CC BY-SA 4.0

Na missiva enviada ao Governo, Presidente da República e presidente da Assembleia da República, a CNA apela a que as «restrições às movimentações não atinjam indiscriminadamente a produção agrícola e alimentar, e reitera a necessidade de uma outra política que apoie a Agricultura Familiar e a Produção Nacional». 

«Perante uma situação de dificuldades acrescidas», os agricultores frisam que «já ninguém pode desmentir a importância» de aumentar a produção nacional de bens alimentares, «primeiramente para consumo das populações, elevando com isso o nosso grau de auto-abastecimento».

A CNA considera que, «para além dos problemas da falta de escoamento e dos baixos preços na produção, os agricultores portugueses e a agricultura familiar em especial estão a ser confrontados com problemas novos», decorrentes da actual crise motivada pela Covid-19.

Nesse sentido, reclama que, entre outras medidas, a lavoura não seja penalizada pelas contingências e consequências específicas da crise, e sejam tomadas medidas concretas para evitar o colapso financeiro de associações agrícolas e de organizações de produtores, a par da manutenção em funcionamento, e mesmo a abertura temporária, de mercados de produtos alimentares, assegurando as condições de controlo sanitário e a garantia de escoamento dos produtos também dos produtores de carne, que vendiam principalmente para o sector da restauração.

A CNA defende ainda a necessidade de «acautelar os níveis das reservas de factores de produção e os serviços vitais ao funcionamento da produção agrícola», e a criação de uma linha de crédito bonificada, «e a longo prazo (15 anos), para acesso de agricultores, cooperativas agrícolas e pequenos comerciantes de bens agro-alimentares».

A confederação agrícola salienta que a produção de alimentos não pode continuar a ser encarada como «um mero negócio internacional à custa de produtores e consumidores», e reafirma a «determinação dos pequenos e médios agricultores e da agricultura familiar, que constituem a vastíssima maioria das explorações agrícolas, em continuar a produzir».

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