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|Sol da Caparica

Sol da Caparica: 300% mais caro, com 1001 novos problemas

Aumento dos preços (de 35 para os 115 euros), protagonizado pelo PS, não resultou num festival melhor para músicos, trabalhadores e visitantes. Cresce o coro de críticas à organização.

Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada, eleita pelo PS (com o apoio, no executivo, do PSD), anuncia alguns aspectos da edição de 2022 do festival Sol da Caparica, criado em 2014, no mandato da CDU. 
Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada, eleita pelo PS (com o apoio, no executivo, do PSD), anuncia alguns aspectos da edição de 2022 do festival Sol da Caparica, criado em 2014, no mandato da CDU. Créditos / Câmara Municipal de Almada

«Percebia-se, desde manhãzinha cedo, no ensaio de som, que as questões técnicas e práticas do palco Free Now n’O Sol da Caparica estavam muito aquém do que é necessário para um festival com esta dimensão», denunciou, nas suas redes sociais, o cantor Miguel Ângelo. O músico acabou por só conseguir tocar duas canções antes de ser forçado a terminar o seu concerto, no dia 11 de Agosto.

Com três horas de atraso acumuladas, o The Legendary Tigerman acabou por ter de cancelar a sua actuação nesse dia: chegada a sua vez, o festival já tinha ultrapassado o limite horário para continuar em funcionamento.

Do primeiro ao último dia, pouco mudou. Durante a sua actuação, os  Quatro e Meia não pouparam nas críticas dirigidas à organização do festival (parceria entre a Câmara Municipal de Almada (CMA) e a promotora Grupo Chiado): «esta noite estamos aqui em cima do palco por vocês porque pagaram bilhetes. Se fosse pela falta de respeito com que vários músicos, durante este festival, foram tratados, e muito do público foi tratado, não vínhamos cá mais uma única vez com esta organização».

Os Karetus, em declarações à NiT, denunciaram as parcas condições de segurança em alguns dos palcos do Sol da Caparica: «Percebi que as baias de segurança não eram as anti-pânico, que para o número de pessoas era muito perigoso. O piso em si estava em risco de ceder, era um piso de madeira com pontas de ferro, coisas perigosíssimas».

As denúncias dos artistas só foram amplificadas nas redes sociais e em muitos meios de comunicação pelaos insultos e ameaças que, como se não bastasse, elementos da organização do festival dirigiram aos músicos que assumiram o seu desagrado com as condições existentes.

«A crescente transformação do festival num mero negócio compromete os seus objectivos iniciais»

É «inadmissível o absoluto desrespeito pelos artistas, técnicos e público do Festival Sol da Caparica demonstrado pela Câmara Municipal de Almada, a promotora do evento, e pela empresa responsável a quem a Câmara, de presidência PS, entregou a produção», afirma, em comunicado, a Célula dos Trabalhadores da Cultura de Almada do PCP.

O festival Sol da Caparica foi inaugurado em 2014, durante a presidência da CDU na CMA. Tinha, na sua origem, a ambição de ser «um dos grandes espaços de encontro da música portuguesa e lusófona, realizado em condições técnicas de excelência e a preços populares».

Esse projecto foi travado em 2018, com a eleição de Inês de Medeiros. A partir dessa data, o executivo PS (com o apoio do PSD) aumentou o preço do passe geral em perto de 300%. Um passe que tinha o valor de 35 euros já chegou, em 2022, aos 115 euros.

A célula dos trabalhadores comunistas das artes «lamenta igualmente a decisão de retirar da programação um dia inteiro dedicado à infância, a um preço altamente acessível aos pais».

O silêncio a que se remeteu a CMA demonstra a sua cumplicidade «com as ignóbeis respostas da empresa por si contratada», que promoveu «um ambiente de intimidação inaceitável, com declarações insultuosas, inapropriadas e desrespeitosas», existindo, inclusive, «relatos de artistas ameaçados fisicamente».

A CMA tem de «assumir as suas responsabilidades» e corrijir o rumo «mercantilista» que imprimiu ao Sol da Caparica, defendem os comunistas, «para que este volte a ser um espaço em que artistas, técnicos e público voltem a sentir-se valorizados».

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