|poluição

Setúbal pede a Ministério Público que encerre empresa suspeita de poluição ambiental

Mais de uma centena de pessoas participou numa concentração à porta da empresa acusada de realizar descargas ilegais de resíduos, em Poçoilos, onde foi anunciado pedido de intervenção do Ministério Público. 

Créditos / DR

Na iniciativa realizada esta terça-feira, o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, informou a população que, após reunião com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), foi decidido um pedido conjunto ao Ministério Público «para intervir preventivamente no encerramento» da actividade da empresa Composet. Entretanto, André Martins insistiu na tese, «sempre defendida pela Câmara Municipal de Setúbal», de que as entidades públicas referidas têm competência para o fazer.

«Como se costuma dizer, água mole em pedra dura tanto dá até que fura», disse André Martins, citado num comunicado da autarquia. «Ganhámos, a nossa luta valeu a pena. Valeu a pena o esforço que temos desenvolvido, o empenhamento que temos tido no sentido de alertar as entidades públicas», acrescentou.

Agora, população e autarcas aguardam que o Ministério Público actue em conformidade. «Fica aqui a nossa posição de que, se o Ministério Público não intervir em 48 horas, continuaremos a nossa luta e a convocar outras iniciativas públicas no sentido de exigir que haja o encerramento desta actividade», afirmou o presidente do Município sadino, depois de receber um voto unânime dos presentes no protesto.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara adiantou que, embora não tenha tido acesso aos documentos, foi informado verbalmente de que a APA já tem «um conjunto significativo de resultados» das análises realizadas e que estes apontam no sentido das preocupações dos autarcas e das populações «relativamente aos odores e a uma forte componente de ácidos nos efluentes».

A concentração desta terça-feira, promovida pela Câmara Municipal de Setúbal e pelas juntas de freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra e de São Sebastião, resultou da moção aprovada na reunião realizada no passado dia 9 de Junho, a qual manifestava «vivo repúdio e protesto pela descarga irregular de resíduos na zona de Poçoilos, com graves consequências para o ambiente e, provavelmente, para a saúde pública, em particular das populações vizinhas».

Os subscritores do documento exigiam o «encerramento preventivo imediato» das instalações, ao mesmo tempo que manifestavam «estranheza e protesto pela demora na tomada de medidas que acabem com o que parece configurar um grave atentado ambiental por parte das entidades públicas com responsabilidades no licenciamento e fiscalização deste tipo de actividades».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui