Em declarações à Agência Lusa, o ministro do Ambiente salientou que, apesar de estar a decorrer um processo nos tribunais, «isso não diminui a responsabilidade que o Ministério do Ambiente tem, sabendo que existem ali cerca de 125 mil toneladas de resíduos perigosos que têm de ser retirados».
João Matos Fernandes confirmou que o concurso será lançado em Julho e a remoção dos resíduos industriais perigosos será realizada nos próximos dois anos. Segundo o governante, os 12 milhões de euros necessários para a remoção dos resíduos serão pagos durante 2018 e 2019.
Avisa, no entanto, que o Ministério do Ambiente será assistente do processo-crime em curso e, «caso os tribunais condenem alguém por este crime ambiental, quererá ser ressarcido do seu investimento, ou pelo menos da parte possível».
O governante advoga que, «não existindo qualquer perigo hoje para a saúde pública, existe um potencial de perigo muito grande». Os técnicos do Ministério do Ambiente continuam a acompanhar a qualidade da água dos lençóis freáticos. João Matos Fernandes defende que «não há nenhum alerta, mas com o tempo é inevitável que venha a ter de acontecer, por isso temos de agir».
Junta de Freguesia saúda decisão mas pede celeridade
A Junta de Freguesia de Fânzeres e São Pedro da Cova saúda a decisão mas exige que o Governo tome as medidas legais para que avance, o mais rápido possível, com o processo de remoção dos resíduos que foram aterrados, entre 2001 e 2002, nas escombreiras de São Pedro da Cova.
Simultaneamente, exige do Executivo medidas concretas com vista à requalificação da área afectada, nomeadamente através da requalificação do património mineiro, e reafirma o compromisso de «tudo fazer» para compensar a população de São Pedro da Cova por este «grave crime ambiental», nomeadamente em matéria judicial.
A autarquia anuncia ainda que vai acompanhar, a partir da próxima semana, todas as audições que se realizarão no Parlamento com vista ao apuramento das responsabilidades políticas.
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