Para além de um importante ponto balnear, a Lagoa de Albufeira, no concelho de Sesimbra, é uma zona húmida classificada como local de importância ecológica internacional ao abrigo da Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional (RAMSAR).
A área proposta para a nova Reserva Natural da Lagoa dos Salgados é na União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra, em Silves. Incluída está a zona da lagoa, campos agrícolas, sapal e cordão dunar. «Considerada pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) como o último território algarvio sem estatuto ecológico de protecção, a criação desta nova Reserva Natural (RN) da Lagoa dos Salgados» abrangerá uma área total de 400 hectares. A zona abrangida ocupa território da União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra, informa a Câmara Municipal de Silves (CMS), em comunicado enviado ao AbrilAbril. A cerimónia de apresentação da proposta de criação da Reserva Natural da Lagoa dos Salgado teve lugar esta terça-feira, contando com as intervenções da presidente da autarquia silvense, Rosa Palma, do Ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes, do presidente do ICNF, assim como de representantes da associação Almargem e outros grupos ambientalistas. A presidente do Município participou na cerimónia de entrega ao Governo da proposta de criação da primeira Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário em Portugal. A Câmara Municipal de Silves, a Junta de Freguesia de Armação de Pêra, a Associação de Pescadores de Armação de Pêra, a Universidade do Algarve, através do Centro de Ciências do Mar, e a Fundação Oceano Azul são os promotores e dinamizadores da criação de uma Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário (AMPIC) na Baía de Armação de Pêra. O dossier com a proposta de criação da AMPIC, designada Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, foi entregue na passada sexta-feira aos ministros do Mar e do Ambiente, na Universidade do Algarve. O Município de Silves afirma, através de comunicado, que este documento «é de enorme importância para a comunidade local», mas também para o País, dado tratar-se do maior recife rochoso costeiro de Portugal, que, admite a autarquia, se encontra impactado por diversas actividades humanas que podem ameaçar a conservação deste ecossistema. «Aguardamos que o Governo reconheça também esta enorme riqueza, para que Portugal possa dar um passo em frente para a sustentabilidade dos oceanos e ecossistemas, e, em termos locais, promover a pesca artesanal, a valorização do pescado, a preservação do recife e as tradições», lê-se na nota. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No seu discurso, Rosa Palma, presidente da CMS, «classificou a criação da Reserva Natural da Lagoa dos Salgados como uma mais-valia para este território, nomeadamente no relevante contributo que terá no reconhecimento e na sustentabilidade desta área sensível». No entender da autarquia é imprescindível «valorizar o território» tanto na terra, como no mar. Esta nota refere-se à criação da Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário, com incidência na baía de Armação de Pêra, cuja instituição está, actualmente, a decorrer. A nova RN inclui passagem para esta área, ligando a serra algarvia ao oceano atlântico. No espaço identificado para a nova RN encontram-se «características ecológicas com valor científico, ecológico e educativo» sem as quais, a «protecção dos valores naturais existentes para as gerações futuras» estaria posta em causa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Apresentada proposta para a criação da Reserva Natural da Lagoa dos Salgados
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Silves propõe criar primeira área marinha protegida
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A lagoa é alimentada pela água doce das ribeiras da Apostiça, Ferraria e Aiana e pela água salgada do Oceano Atlântico, quando o cordão dunar é aberto oficialmente na primavera. Desde 1987, a Lagoa de Albufeira faz parte da Reserva Ecológica Nacional.
Razão pela qual é importante não deixar a situação degradar-se: «a cada ano acresce a dificuldade em manter a ligação ao oceano, durante os meses necessários para a manutenção da boa qualidade da água, bem como garantir a eficácia deste canal», refere o documento apresentado pela Câmara Municipal de Sesimbra (CMS), aprovado em reunião de câmara por unanimidade.
«A quantidade de areia a montante do troço da abertura anual não permite a existência da coluna de água suficiente para acompanhar as marés», dificultando a abertura da Lagoa ao Mar. Esta operação, que acontece todos os anos, é essencial para a preservação da biodiversidade deste sistema lagunar.
Em comunicado enviado ao AbrilAbril, a CMS refere que esta intervenção, «de vital importância para a preservação da flora e fauna da Lagoa», está prevista no Estudo Prévio de Soluções Alternativas de Dragagem da Lagoa de Albufeira e de gestão de dragados, e no Estudo de Impacte Ambiental deste projecto.
O município sesimbrense exige que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) conclua, até Abril de 2023, o Projecto de Execução da Abertura e Desassoreamento da Lagoa de Albufeira, «em desenvolvimento há vários anos e ainda sem qualquer perspectiva de implementação». A autarquia sugere ainda uma «dragagem de manutenção de um canal em toda a sua extensão, até que o desassoreamento seja concluído».
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