Para além de um importante ponto balnear, a Lagoa de Albufeira, no concelho de Sesimbra, é uma zona húmida classificada como local de importância ecológica internacional ao abrigo da Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional (RAMSAR).
A lagoa é alimentada pela água doce das ribeiras da Apostiça, Ferraria e Aiana e pela água salgada do Oceano Atlântico, quando o cordão dunar é aberto oficialmente na primavera. Desde 1987, a Lagoa de Albufeira faz parte da Reserva Ecológica Nacional.
Razão pela qual é importante não deixar a situação degradar-se: «a cada ano acresce a dificuldade em manter a ligação ao oceano, durante os meses necessários para a manutenção da boa qualidade da água, bem como garantir a eficácia deste canal», refere o documento apresentado pela Câmara Municipal de Sesimbra (CMS), aprovado em reunião de câmara por unanimidade.
«A quantidade de areia a montante do troço da abertura anual não permite a existência da coluna de água suficiente para acompanhar as marés», dificultando a abertura da Lagoa ao Mar. Esta operação, que acontece todos os anos, é essencial para a preservação da biodiversidade deste sistema lagunar.
Em comunicado enviado ao AbrilAbril, a CMS refere que esta intervenção, «de vital importância para a preservação da flora e fauna da Lagoa», está prevista no Estudo Prévio de Soluções Alternativas de Dragagem da Lagoa de Albufeira e de gestão de dragados, e no Estudo de Impacte Ambiental deste projecto.
O município sesimbrense exige que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) conclua, até Abril de 2023, o Projecto de Execução da Abertura e Desassoreamento da Lagoa de Albufeira, «em desenvolvimento há vários anos e ainda sem qualquer perspectiva de implementação». A autarquia sugere ainda uma «dragagem de manutenção de um canal em toda a sua extensão, até que o desassoreamento seja concluído».
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