Sem qualquer resposta por parte do poder político: Ministério da Justiça e Câmara Municipal da Covilhã (CMA), existe a forte possibilidade de o Tribunal de Trabalho da cidade vir mesmo a ser «deslocalizado». O aviso foi proferido pelo Juiz Presidente da Comarca Judicial de Castelo Branco, ao fim de quase quatro anos de falsas promessas da CMA.
O novo serviço, assegurado pela Transdev, aumentou os preços e começou a cobrar 5 euros pela renovação obrigatória (para todos) do passe. Utentes e sindicatos saem à rua a 7 de Julho, em frente à Câmara Municipal. «Sabemos que a responsabilidade maior é da Transdev, mas a Câmara [Municipal da Covilhã (CMC)], para além de ter sido avisada atempadamente de tudo o que referimos, é a entidade detentora dos transportes públicos. Foi ela que aprovou o contrato de concessão e é ela que tem de zelar pelo bem das populações», refere o comunicado, enviado ao AbrilAbril, da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB/CGTP-IN) e a Inter-Reformados. Os trabalhadores dos transportes públicos urbanos da Covilhã, ameaçados da perda de vínculo de efectividade pelo novo operador, reagiram com unidade e determinação. A vitória foi obtida no mesmo dia. Os trabalhadores dos transportes urbanos de passageiros da Covilhã, ameaçados por um novo concessionário da perda do vínculo de trabalho efectivo e, consequentemente, de todos os seus direitos laborais, reagiram com determinação e registaram uma vitória rápida e completa. Um comunicado difundido pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) saudou os trabalhadores da Covibus/Avanza (concessionário cessante) pela «determinação manifestada», a qual fez recuar a intenção do novo concessionário, a Transdev, de recusar aceitar a transferência dos trabalhadores com todos os seus direitos, como está na lei. Os trabalhadores suspenderam o serviço na madrugada de segunda-feira e mantiveram-se concentrados à porta da Câmara Municipal da Covilhã, onde no mesmo dia se realizaram reuniões de manhã e de tarde, para exigir o respeito pelos seus direitos laborais e contratuais. Nas reuniões foram representados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN), a quem na semana passada, em plenário, tinham mandatado para desenvolver «as acções entendidas como necessárias para clarificar, responsabilizar e salvaguardar os direitos legais que a lei lhes confere». O dia terminou com o recuo da Transdev e a vitória completa dos trabalhadores, que se manifestaram efusivamente após conhecimento da notícia. Na página do Facebook do STRUP, o dirigente sindical Manuel Castelão enviou «um abraço enorme para os trabalhadores da Covibus que acreditaram no Strup e na sua organização de classe» e afirmou que «não há nada que pague o sorriso vitorioso dos trabalhadores após a sua luta». «Quando lutamos nem sempre ganhamos! Mas quando não lutamos perdemos sempre!», lembrou o sindicalista, que agradeceu também o apoio recebido da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB/CGTP-IN). Segundo o comunicado da Fectrans, a administração da Transdev acabou por «aceitar cumprir com o que estava obrigada, mas teimava em não cumprir», pelo que os trabalhadores da Covibus/Avanza «passam para o novo operador sem quebra de qualquer direito e com vínculos de trabalho efectivo». A empresa assumiu o cumprimento do Contrato Colectivo de Trabalho Vertical (CCTV) em vigor e o «previsto na lei relativamente à transmissão de estabelecimento», ou seja, «que o novo operador tem que assumir os trabalhadores mantendo as suas remunerações, a antiguidade e a convenção colectiva em vigor». Trata-se, afirma a federação, de «uma importante vitória neste processo de mudança de operador» e uma situação que pode servir de precedente «em diversas empresas, tendo em conta que, nos termos da legislação em vigor, decorrem concursos para as concessões de transporte público rodoviário na maioria dos municípios do País». Segundo o Notícias da Covilhã, a Câmara Municipal da Covilhã anunciou, na semana passada, ter sido confrontado «de forma inesperada, no final de Julho», da indisponibilidade da Covibus para continuar a garantir o serviço prestado e que, a partir de Setembro, os transportes públicos urbanos da cidade seriam realizados «por um novo prestador de serviços, com os mesmos horários e bilhética aplicada». Os trabalhadores da Covibus viram ameaçados os seus os seus direitos legais quando a nova concessionária, a Transdev, ameaçou fazer tábua rasa dos contratos pré-existentes e colocar os trabalhadores, que até agora tinham um vínculo laboral efectivo com a Covibus, em contratos a prazo por seis meses. Em resposta às ameaças da empresa, os trabalhadores uniram-se em torno do STRUP e avisaram que, caso não fossem «reconhecidos os seus direitos, nomeadamente o direito ao trabalho e a sua antiguidade nos termos consignados na lei e na própria contratação colectiva», iriam «reservar-se o direito de não retomar o serviço até satisfação total das suas justas reivindicações». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em causa está a nova gestão dos transportes públicos no concelho, assegurada pela Transdev, que rapidamente procedeu à supressão de «horários, rotas e paragens/apeadeiros», tendo acabado qualquer ligação directa com o Hospital Pêro da Covilhã, e ao aumento dos preços das viagens (em alguns casos o valor sobe de 1,20 euros para 1,75). É um exemplo de como o dinheiro do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), acusam as estruturas sindicais, «está a ser desviado dos utentes para ser dado às empresas de transporte, tirando aos pobres para dar aos ricos». A USCB exige «a redução de pelo menos 50% no valor dos passes sociais e assegurar transporte gratuitos aos reformados», em linha com o que é preconizado pelo programa. Se os utentes já têm um título de transporte, que pagaram, não lhes pode ser imputado o custo de algo que é feito porque a empresa disso necessita. O valor deve ser assegurado pela empresa concessionária, defendem os sindicatos. O STAL exige a «melhoria urgente» das instalações e das condições de trabalho na Câmara Municipal da Covilhã e na Águas da Covilhã. O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) sublinha que, no caso das oficinas da Câmara Municipal da Covilhã, os problemas são graves e há muito conhecidos do executivo municipal. «Falta um refeitório digno, falta de estanquidade da caixilharia, o que deixa expostos os trabalhadores a valores extremos de temperaturas durante todo o ano, assim como nos vestiários, onde também não existe climatização», denuncia o STAL, que fala também na falta de «espaços de convívio onde os trabalhadores possam descansar durante a pausa». Entretanto, os problemas alastram ao edifício dos Paços do Concelho, onde, segundo o sindicato, os espaços estão «sobrelotados e sem condições de trabalho adequadas no plano térmico e acústico». Em relação à Águas da Covilhã (ADC), o STAL alerta para a situação do edifício sede, que regista «infiltrações de água, espaços exíguos, dificuldades nas acessibilidades e falta de conforto térmico», entre outros aspectos. Por outro lado, «os “postos de limpeza” existentes na cidade não têm as mínimas condições de salubridade e dignidade que permitam fazer uma refeição, descansar durante a pausa ou tomar um duche». O STAL refere ainda que a Câmara Municipal e a ADC não têm faltado com «promessas e intenções» da resolução dos problemas, mas «falta é avançar com as obras que se exigem». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Como se não bastasse, a empresa também se está a recusar a transferir, para o novo título, as viagens ainda disponíveis no actual, afirmando que o programa informático não o permite. «É mais uma artimanha que não vamos deixar passar», garantem, «trata-se de um esbulho aos utentes». «Face ao crescente descontentamento por parte da população» do concelho da Covilhã, a União dos Sindicatos de Castelo Branco e a Inter-Reformados vão realizar uma concentração em frente ao edifício da CMC (de maioria PS) no dia 7 de Julho, a partir das 9h30: «a Câmara Municipal não pode lavar as mãos como Pilatos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Utentes e sindicatos contestam nova concessão de transportes na Covilhã
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Covibus: trabalhadores lutam e vencem
Uma mobilização rápida para luta exemplar
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Transdev obriga toda a população a mudar de cartão, cobrando 5 euros pela renovação do título decidida pela própria empresa
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Trabalhadores da Câmara e da Águas da Covilhã exigem melhores condições de trabalho
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No início de 2020, foi anunciado um acordo entre a CMA e a Associação de Desenvolvimento Rural (RUDE) para assegurar as condições necessárias para instalar o Tribunal do Trabalho da Casa dos Magistrados a partir de 1 de Agosto desse ano (assinalou-se na semana passada o terceiro aniversário desta promessa). Após insistências da União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB/CGTP-IN), todos os anos desde então foram reformulados projectos e ambições, sem nenhuma concretização.
Em Maio de 2023, a Câmara Municipal da Covilhã, «em vez de realizar as obras há muito desejadas para que a transferência do Tribunal de Trabalho se realizasse», decidiu ceder parte da Casa dos Magistrados à Delegação da Covilhã da Ordem dos Advogados, prolongando o abandono do Tribunal do Trabalho.
Uma empresa comprou a antiga fábrica «Francisco Alçada» para a transformar em residência universitária. O presidente da Câmara da Covilhã (PS) admite que não estará ao alcance de todas as bolsas. O projecto foi apresentado na última sexta-feira, numa sessão que decorreu no salão nobre da Câmara da Covilhã. Em causa está uma antiga fábrica de lanifícios, «Francisco Alçada», situada nas imediações do pólo principal da Universidade da Beira Interior (UBI), que uma empresa de capitais nacionais e estrangeiros adquiriu para transformar numa residência universitária com capacidade para 250 estudantes. Segundo o Dinheiro Vivo, este será o primeiro passo da empresa promotora do empreendimento («Maiar»), cujos planos passam por criar uma rede de residências universitárias em todo o País. O processo de licenciamento deu entrada nos serviços municipais no passado dia 24 de Maio e os empresários têm o objectivo de conseguir concluir a obra até Setembro de 2020. Para o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira (PS), trata-se de um projecto «diferenciador», com «instalações de qualidade», apesar de, admitiu, «não estarem ao alcance de todas as bolsas». Pedro Antunes, um dos promotores do investimento citado pelo económico, defende que a cidade tem os ingredientes para um «negócio perfeitamente sustentável». «A Covilhã tem dois aspectos que considerámos muito importantes: um é o facto de ter uma cidade que é muito reconhecida e que tem uma população de estudantes deslocados portugueses e estrangeiros e isso cria uma base de negócio perfeitamente sustentável para este tipo de residências», apontou. Os Serviços de Acção Social da UBI dispõem actualmente de sete residências universitárias, junto ao Pólo 1 e à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, com um total de 808 camas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Câmara da Covilhã apadrinha residência universitária privada
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Se não houver respostas positivas por parte das entidades responsáveis pela situação, a USCB/CGTP-IN vai realizar uma acção pública em frente ao Tribunal da Covilhã em Setembro/Outubro, incluindo uma deslocação à Sessão Pública da Câmara da Covilhã e à Assembleia Municipal.
«Esta é uma questão que diz respeito a todos: aos trabalhadores; às empresas; aos juízes e magistrados do ministério público; aos funcionários judiciais; aos advogados; e a toda a população da Covilhã», referem os sindicatos. Depois de perder valências no Tribunal Judicial, a Covilhã não pode, defendem os sindicatos, «perder um Tribunal de Trabalho que tem décadas de existência» seria uma nova machadada no acesso aos serviços públicos da população.
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