Arrancou em Outubro a primeira fase do projeto-piloto para o estudo e mapeamento das cisternas e de outros imóveis hidráulicos de valor histórico, arquitectónico e funcional que se encontram em diversos edifícios do centro histórico eborense.
Informava então a Câmara Municipal de Évora, promotora da iniciativa em colaboração com entidades como a Universidade de Évora, que a valorização e salvaguarda do antigo sistema hidráulico «poderá constituir uma premissa para a procura de soluções alternativas», tendo em conta que a instabilidade, mudança e evolução do clima exigem, «mais do que nunca», novas soluções para poupança e reaproveitamento mais eficaz.
O projecto-piloto da iniciativa será apresentado no próximo domingo, no Palácio D. Manuel, no âmbito de uma conferência integrada nas comemorações do Dia Nacional da Água, estando previstas visitas guiadas às cisternas do Convento da Graça e do Claustro Pequeno do Colégio do Espírito Santo.
Segundo a autarquia, a investigação em curso visa, por um lado, aprofundar o conhecimento existente sobre o antigo sistema hidráulico do centro histórico e, por outro, permitir a valorização patrimonial e funcional destas estruturas situadas em espaços públicos e privados da cidade. «As etapas iniciais do estudo centram-se no mapeamento e levantamento métrico construtivo das antigas cisternas, equipamentos que outrora foram essenciais para o abastecimento de água e que permitiam a manutenção dos espaços, os quais eram imprescindíveis para os residentes», lê-se numa nota do Município. No total, acrescenta, «pensa-se que o número de cisternas existentes possa ultrapassar a meia centena».
Tendo em conta a sua escassez, a água no Alentejo «sempre foi gerida para ser bem aproveitada e armazenada». A água pluvial era guardada no interior de cisternas durante o Inverno para ser utilizada nos longos períodos de seca. Com a implementação do sistema de abastecimento ao domicílio, as cisternas foram, na sua maioria, desactivadas e votadas ao abandono.