A iniciativa, realizada no âmbito da Semana da Mobilidade e da Agenda do PEV na Área Metropolitana de Lisboa, de ouvir quem se confronta diariamente com as dificuldades de se deslocar de forma eficiente optando pelos transportes públicos «é fundamental para desenvolver políticas de transportes adequadas», afirmam os ecologistas num comunicado.
Apesar da conquista da redução do valor do passe e da sua universalização, medida que angariou muitos novos utentes para os transportes públicos da região, a «falta estrutural de oferta» e o «mau serviço prestado» têm levado a que «muitos destes novos utentes voltem a utilizar o carro próprio», refere o comunicado.
Contribuem para este cenário, por exemplo, o facto de a Fertagus não aumentar a oferta, de comboios suburbanos e de horários, mantendo o número de composições desde que iniciou o serviço, em 1999, algo que Os Verdes classificam de «inaceitável», tendo em conta o aumento da procura e o desgaste do material.
Conforme descrito pela comissão de utentes e pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), os problemas em termos de mobilidade não se ficam por aqui. Também no Metro Sul do Tejo tarda a expansão da linha até ao Barreiro-Moita e Costa da Caparica.
No plano fluvial, utentes e funcionários destacam as frotas de barcos «demasiado envelhecidas» e a falta de pelo menos 80 trabalhadores para as diversas operações nas travessias do Tejo. «Baixos salários, horários impraticáveis e requisitos com elevado custo para os trabalhadores» são aspectos a dificultar a oferta de motoristas.
Por outro lado, lê-se na nota, a «péssima comunicação» entre operadores concessionários (TST e Alsa Todi) e utentes e intervenientes na gestão da Carris Metropolitana «tem gerado o caos neste início de operação e falhado na prestação do serviço concessionado e no cumprimento dos contratos».
Os Verdes salientam que o sistema de mobilidade e transportes públicos deveria ser «a principal» forma de combater as alterações climáticas.
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