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Apesar de, como salientam num comunicado, a importância histórica e o potencial de atractividade das ruínas do fórum romano de Beja serem «indiscutíveis», o Executivo (PS) «não tem prestado qualquer esclarecimento relevante» sobre «a evidente paralisação deste importante projecto para a cidade».

Os vereadores da CDU na Câmara Municipal de Beja salientam que, além de não facultar informação, o Executivo tem-se limitado a «pedir algum recato nas intervenções por considerar que estará em causa um obstáculo difícil de ultrapassar». Apesar de uma investigadora do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra, que ao longo de 11 anos fez escavações neste espaço com mais de um hectare em pleno centro da cidade, ter direito à reserva científica, que mantém legalmente até 2026, a Câmara de Beja optou por, em 2021, estabelecer contrato com a empresa Novarqueologia com vista ao acompanhamento dos trabalhos arqueológicos exigidos por lei. Mas, revelava o jornal Público em Março, no lugar onde a investigadora  identificou elementos arqueológicos «que obrigaram a reconfigurar a história de Beja, desde o século VII a.C., na Idade do Ferro, até ao século XVII, vêem-se agora ervas, arbustos e lixo».

Embora destaquem a competência científica da condução dos trabalhos arqueológicos, «com resultados que colocam Beja no epicentro das mais importantes descobertas arqueológicas dos últimos anos realizados no nosso país e que ofereceram à cidade um conjunto arqueológico único», os vereadores da CDU aceitam o facto de existirem abordagens técnicas ou científicas diversas sobre a forma de intervir, preservar e potenciar este «valiosíssimo património». O que questionam é a «total incapacidade» da autarquia na condução deste processo, «colocando em causa a sua segurança e levando a que o município deixe de aproveitar a possibilidade de financiamento de mais de um milhão de euros». 

«Questionamos a irresponsabilidade do Executivo PS poder perder este financiamento e ao mesmo tempo querer onerar o orçamento municipal com a contração de empréstimos bancários para o mesmo fim», alertam, ao mesmo tempo que manifestam «total disponibilidade para, em convergência com todos os envolvidos neste processo, participar na solução» que permita a conclusão urgente desta intervenção e assim assegurar o financiamento do projecto.