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|Reino Unido

Venda de bombas britânicas aos sauditas aumentou 500% com a guerra no Iémen

O número de bombas e mísseis de fabrico britânico vendidos à Arábia Saudita aumentou quase 500% desde o início da guerra de agressão ao Iémen, revelou esta terça-feira o The Independent, referindo-se a dados de uma organização que luta contra o comércio de armas.

Destroços de edifício bombardeado pela coligação saudita na capital do Iémen, Saná, em Outubro de 2016. Estima-se que 140 pessoas tenham morrido e perto de 600 tenham ficado feridas
Destroços de edifício bombardeado pela coligação saudita na capital do Iémen, Saná, em Outubro de 2016. Estima-se que 140 pessoas tenham morrido e perto de 600 tenham ficado feridas Créditos / The Independent

De acordo com a organização britânica Campanha contra o Comércio de Armas (CAAT, na sigla em inglês), nos primeiros dois anos da guerra de agressão ao Iémen o governo do Reino Unido autorizou exportações de armamento para a Arábia Saudita no valor de 4,6 mil milhões de libras (5,2 mil milhões de euros), pese embora existirem cada vez mais provas de que a coligação liderada pelos sauditas tem cometido massacres contra a população civil e crimes de guerra.

Bombas de fabrico britânico têm sido encontradas em locais destruídos pela aviação saudita e onde, de acordo com diversas instâncias, o direito internacional foi violado. Mas tal não tem constituído um óbice à política britânica de apoio à campanha saudita no Iémen.

«Bombas de fabrico britânico têm sido encontradas em locais destruídos pela aviação saudita»

Nos dois anos que antecederam a guerra no país árabe, o governo britânico aprovou licenças de exportação de armamento, relativas a bombas e mísseis, no valor de 33 milhões de libras (37,3 milhões de euros), revelou a CAAT.

A mesma organização estima que esse valor tenha subido para 1,9 mil milhões de libras (2,1 mil milhões de euros) desde o início da ofensiva saudita no Iémen, em Março de 2015, o que representa um aumento de 457%.

Reino Unido «acelera ritmo vendas»

Em declarações ao The Independent, Tom Barns, co-director da CAAT, disse que, à medida que o ritmo dos ataques aéreos sauditas aumenta, o governo do seu país acelera o ritmo das vendas de «equipamento que está a ser usado para cometer atrocidades no Iémen».

«No último ano, a situação no Iémen tem vindo a agravar-se», alertou, acrescentando que, «num momento em que o Reino Unido devia ser mais cauteloso sobre aquilo que está a vender, ainda está a atribuir um maior número de licenças de exportação».

Em Julho deste ano, o Tribunal Superior britânico deliberou que a venda de armas à Arábia Saudita é legal, não acolhendo o pedido de suspensão das licenças de exportação formulado pela CAAT. O tribunal argumentou não ter ficado provado o «claro risco» de que o equipamento em causa iria ser utilizado para «violar seriamente o direito internacional humanitário».

No entanto, a CAAT pretende recorrer da decisão judicial e está a realizar uma campanha de recolha de fundos para poder dar sequência à batalha nos tribunais, pela qual já teve de pagar 40 mil libras (cerca de 45 mil euros).

Bloqueio e preocupações humanitárias

Depois de, no sábado, a resistência Huti iemenita ter lançado um míssil balístico contra um aeroporto nas imediações da capital saudita, Riade, a coligação liderada pela Arábia Saudita decidiu bloquear todas as entradas no país, alegando que quer «deter o fluxo de armas».

Tanto as Nações Unidas como o Comité Internacional da Cruz Vermelha alertaram para as consequências humanitárias da decisão, na medida em que os sauditas estão a impedir a entrada de ajuda, medicamentos e comida no mais pobre dos países árabes.

«os sauditas estão a impedir a entrada de ajuda, medicamentos e comida no Iémen»

Um representante do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) disse esta terça-feira, em Genebra, que as operações de ajuda humanitária estavam «bloqueadas», tendo em conta que os aeroportos e os portos marítimos no Iémen estavam encerrados.

Manifestou ainda preocupação com o aumento súbito dos combustíveis, que poderá agravar ainda mais a já grave situação humanitária no país, onde 17 milhões de pessoas passam fome e uma epidemia de cólera já provocou mais de 2000 mortes.

Por seu lado, um representante da Cruz Vermelha alertou para a necessidade urgente da entrada de comida e medicamentos no Iémen, sendo que alguns carregamentos já tinham sido impedidos de entrar no país.

Entretanto os bombardeamentos prosseguem. De acordo com a PressTV, esta terça-feira, ataques da aviação saudita na região de Aflah, na província de Hajjah (Noroeste do Iémen), atingiram pelo menos 60 civis, vitimando um número indeterminado de pessoas.

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