Num comunicado emitido no âmbito do Dia Internacional da Educação, que se celebra a 24 de Janeiro, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) afirmou que os alunos que continuam a sofrer perturbações significativas no processo de ensino representam mais de metade da população estudantil a nível mundial.
De acordo com o organismo das Nações Unidas, já foram perdidos dois terços de um ano académico e, actualmente, 31 países têm as suas escolas fechadas por causa da pandemia, enquanto noutros 48 foram reduzidos os horários.
Ainda assim, a Unesco reconhece que os governos estão a fazer um esforço para reduzir ao mínimo o encerramento das escolas a nível nacional, sendo que, em Abril de 2020, 190 países tinham as escolas fechadas.
Ao avaliar as consequências da Covid-19 na Educação, o organismo detectou que, durante a crise sanitária, os centros de ensino não abriram as portas por um período de 14 semanas, em média, embora nalgumas zonas essa média suba para 22 semanas.
A este propósito, a directora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, referiu que os impactos da pandemia na Educação, entre os quais a impossibilidade de assistir às aulas, limitam a aprendizagem e aumentam o risco de abandono escolar, com particular incidência nas camadas mais vulneráveis da sociedade.
«O encerramento escolar completo deve ser, portanto, o último recurso e a reabertura em segurança uma prioridade», defendeu.
O organismo revelou ainda que o seu Relatório Mundial de Monitorização da Educação mostra que há ainda muito por fazer na área da «equidade na Educação». Antes da Covid-19, «apenas um em cada cinco países se mostrava fortemente empenhado na equidade na Educação através dos seus mecanismos de financiamento, e há poucos indícios de que exista uma grande preocupação» com a questão nas respostas à pandemia.
«Precisamos de um pacote de recuperação devidamente financiado para reabrir as escolas de forma segura, dirigindo-nos aos mais necessitados», defendeu Azoulay.
Ao celebrar o Dia Internacional da Educação, a Unesco lembrou que a Educação não tem sido uma das grandes prioridades nos esforços de recuperação e aproveitou para pedir aos governos para que reforcem o financiamento do sector.
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