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No plebiscito, organizado por sindicatos e movimentos populares de São Paulo, a população do estado manifestou-se de forma expressiva contra as propostas de privatização dos serviços públicos do governador Tarcísio de Freitas (direita).

Das quase 900 mil pessoas que votaram, 97% opuseram-se à entrega dos comboios de passageiros, do metro e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) aos privados, revela o Brasil de Fato.

Os resultados da votação foram divulgados há uma semana, para coincidir com a audiência pública marcada para dia 16 na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na qual seria abordada a possibilidade de privatização da Sabesp.

O plebiscito popular fez parte de uma campanha de mobilização das organizações representativas dos trabalhadores da Sabesp, do metro e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que a 3 de Outubro último fizeram uma greve conjunta contra os projectos de entrega dos serviços públicos à iniciativa privada.

Menos de uma semana depois, a 9 de Outubro, realizaram uma manifestação pelo centro da cidade de São Paulo e, com faixas, bandeiras e carro de som, juntaram-se frente à Secretaria de Transportes e à sede administrativa do Metro e da CPTM para expressarem a defesa de serviços públicos e de qualidade.

Nova paralisação dia 28

Segundo informa no seu portal o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), os trabalhadores da Sabesp confirmaram em plenário, realizado esta quarta-feira, a greve de 24 horas marcada para dia 28, sendo que 93% dos presentes votaram a favor.

Assim, os trabalhadores do saneamento voltam a unir-se a ferroviários, trabalhadores do metro e da educação, para denunciar a intenção do governador Tarcísio de Freitas de privatizar os serviços públicos no estado.

«Eles querem privatizar a Sabesp pois não gostam do povo, não gostam de pobre, não gostam de trabalhador», disse, na audiência pública de dia 16, Vívia Martins, membro da direcção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo.

Por seu lado, o presidente do Sintaema, José Faggian, destacou que, com a privatização, «aumenta a tarifa, os serviços pioram, os investimentos não são realizados, o poder público perde o controle social».

«A gente tem um histórico de perda de qualidade e de perdas no mundo no processo de privatização», acrescentou, citado pelo Brasil de Fato.