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Prosseguem as negociações em Itália com vista à formação de um novo governo

Representantes do populista Movimento Cinco Estrelas e da Liga, de extrema-direita, deram «passos significativos» para formar um novo governo, que poderá ser mesmo empossado na próxima semana.

Luigi Di Maio. líder do Movimento Cinco Estrelas, numa conferência de imprensa em Roma
Créditos / thenational.ae

Em entrevista hoje publicada no Corriere della Sera, um assessor de Luigi Di Maio, líder do Movimento Cinco Estrelas, afirmou que um governo poderá tomar posse na próxima semana, se «tudo correr bem».

Sobre a questão do novo primeiro-ministro, Vincenzo Spadafora não pôs de parte a hipótese de uma figura independente, com «elevado perfil e que tenha confiança dos cidadãos italianos e dos parceiros internacionais de Itália».

O Movimento Cinco Estrelas já tinha mostrado, há várias semanas, estar disponível para negociar com o terceiro partido mais votado nas eleições de Março, a Liga, de extrema-direita, mas deixando de fora a Força Itália, de Silvio Berlusconi – aliado da Liga na coligação de direita.

A agência Reuters refere que o líder da Liga, Matteo Salvini, se recusou a abandonar o seu companheiro de coligação e que foi Berlusconi que, esta quarta-feira, decidiu sair do caminho, abrindo assim a possibilidade à abertura de negociações e à formação de um novo governo.

Numa nota conjunta emitida ontem após a primeira reunião de carácter técnico, ambos os partidos afirmam que o encontro foi «muito positivo» e que serviu de base para as reuniões que se vão suceder até ao próximo domingo, dia 13.

Caso cheguem a um acordo, no dia seguinte, segunda-feira, os líderes dos dois partidos deslocar-se-ão ao Palácio do Quirinal para apresentar a sua proposta ao presidente da República, Sergio Mattarella.

O Movimento Cinco Estrelas – caracterizado como «populista», «anti-sistema» e «euro-céptico», e que se diz «nem de esquerda, nem de direita» – foi a força política que obteve maior votação nas eleições legislativas de 4 de Março, em que ficou patente a longa crise socioeconómica que Itália enfrenta, bem como a insatisfação com a integração na União Europeia.

A segunda força mais votada foi o Partido Democrático, liderado por Matteo Renzi, ex-primeiro-ministro. Como bloco, foi a coligação de direita – que integrou a Liga e a Força Itália – que obteve mais votos. Nenhuma das forças tem deputados suficientes para governar sozinha.

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