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Problemas dos refugiados palestinianos aumentam com diminuição da ajuda internacional

O campo de refugiados de Balata, em Nablus, é um dos 19 que recebem ajuda das Nações Unidas na Cisjordânia ocupada. As condições de vida são cada vez piores, devido à falta de fundos.

Crianças palestinianas num beco no campo de refugiados de Balata, em Nablus, na Margem Ocidental ocupada, em Março de 2022 
Crianças palestinianas num beco no campo de refugiados de Balata, em Nablus, na Margem Ocidental ocupada, em Março de 2022 CréditosAyman Nobani / Xinhua

De acordo com UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente –, mais de 870 mil refugiados vivem em 19 campos espalhados pela Margem Ocidental ocupada.

Como a ajuda humanitária tem diminuído, devido a falta de fundos, as condições de vida nos acampamentos pioraram. O de Balata, em Nablus, foi criado em 1950 para albergar cerca de 5000 pessoas e hoje é o maior campo de refugiados da Cisjordânia, com mais de 30 mil residentes.

Sohad Hammouda vive numa casa que não tem mais de 50 metros quadrados com a sua família de 11 membros, e a preocupação de pôr pão na mesa é constante.

«Antes, dependia principalmente da assistência prestada pela UNRWA, em termos de alimentação e algum dinheiro, mas hoje as coisas mudaram, pois a agência reduziu a ajuda que nos costumava prestar», disse a mulher de 50 anos à jornalista Sanaa Kamal, da Xinhua.

A agência das Nações Unidas foi fundada em 1949 para dar assistência aos mais de 750 mil palestinianos vítimas da limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas antes e depois da criação de Israel.

Os refugiados da Palestina são definidos pela UNRWA como «pessoas cujo local de residência habitual era a Palestina durante o período de 1 de Junho de 1946 a 15 de Maio de 1948, e que perderam tanto o lar quanto os meios de subsistência como resultado do conflito de 1948».

Crianças palestinianas jogam à bola no campo de refugiados de Balata, em Nablus, na Cisjordânia ocupada, em Março de 2022 // Ayman Nobani / Xinhua

Actualmente, a agência dá ajuda a mais de 5,6 milhões de palestinianos refugiados na Faixa de Gaza cercada, na Cisjordânia ocupada – incluindo Jerusalém Oriental –, no Líbano, na Síria e na Jordânia.

No entanto, debate-se com falta de fundos. De acordo com representantes do organismo, o défice atinge os 100 milhões de dólares, o que motivou a redução dos programas de ajuda, incluindo a diminuição das rações alimentares.

«Em vez de recebermos a ração de comida todos os meses, só podemos obtê-la de três em três meses, e a quantidade é muito mais pequena, raramente dando para um mês», disse Hammouda à Xinhua, enquanto amassava a farinha para o pão dos filhos.

Para piorar as coisas, o seu marido sofre de insuficiência renal e a filha mais velha também está doente, o que torna mais pesado o encargo financeiro da família.

«A palavra refugiado significa escapar da morte para um porto seguro, mas nós escapámos da morte para o sofrimento contínuo», disse, acrescentando que a sua família vive como refugiada há décadas e ainda não viu o fim do seu sofrimento.

Ibrahim Sharara, no acampamento desde 1950

Com 76 anos, Ibrahim Sharara é um refugiado palestiniano com deficiência física. Muitas vezes, senta-se com os seus vizinhos em frente da sua habitação degradada, uma vez que não há empregos suficientes para todos no acampamento e menos ainda para pessoas idosas com deficiência.

Sharara disse à jornalista da Xinhua que a vida no campo de refugiados não é fácil, especialmente por dependerem de ajuda de instituições internacionais para sobreviver.

«Vivo aqui desde 1950, já que a minha família foi das primeiras a instalar-se no acampamento para fugir da morte e do medo», disse.

Na conversa que mantiveram com Sanaa Kamal, tanto Hammouda como Sharara pediram mais apoios à comunidade internacional; os refugiados que vivem em Balata estão mergulhados na mais profunda miséria.

«O acampamento sofre de sobrelotação e a população residente está a sofrer com os cortes da UNRWA, pois depende de uma clínica que só funciona a determinadas horas», disse Faryal Kharoub, um activista comunitário em Balata.

A população teme que o resto do mundo se esteja a esquecer do sofrimento dos palestinianos, acrescentou.

À Xinhua, Hammouda disse que não via maneira de viver fora do campo de refugiados, onde passou muitos anos, mas mostrou-se esperançada em que os seus filhos possam sair dali e viver num sítio próspero.

Nevin, uma das suas filhas, entrou numa universidade para estudar programação de computadores. «Embora outros estudantes com a minha idade sonhem em formar-se para concretizar as suas aspirações, eu quero ajudar a minha mãe com as despesas da casa e ajudar os meus irmãos a concluírem os seus estudos», disse a estudante de 20 anos.

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