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|Venezuela

O fascismo «atenta contra a humanidade», afirma-se em Caracas

Com a presença de mais de 300 participantes de 95 países, começou na terça-feira, em Caracas, o 1.º Congresso Mundial contra o Fascismo, Neofascismo e outras expressões semelhantes.

Manu Pineda a intervir no primeiro dia de trabalhos do congresso Créditos / VTV

Com o evento, que teve início esta terça-feira e se prolongou pelo dia de ontem, pretendia-se criar um espaço de debate em torno de ideias que ajudem a enfrentar as investidas em curso contra os projectos políticos populares, indica a VTV.

Em La Carlota (Caracas), os organizadores previam que mais de 300 escritores, intelectuais, jornalistas e dirigentes políticos, entre outros delegados, se juntassem para assistir a conferências e participar em debates centrados na desestabilização que as potências ocidentais promovem, contribuindo para erguer estratégias em defesa do direito à paz e contra o ódio, as mentiras e as manipulações.

Manu Pineda, comunista espanhol que já foi deputado ao Parlamento Europeu, foi um dos intervenientes no primeiro dia de trabalhos, tendo afirmado que o fascismo se está «a alimentar pelas redes sociais» e que estas «são um foco de ódio, medo e ansiedade».

Centenas de delegados participam no encontro antifascista realizado em Caracas / VTV

Entre os governantes criticados por Pineda, conta-se o primeiro-ministro do seu país, Pedro Sánchez, por ter reconhecido Juan Guaidó e «ter feito pressão para que outros governos o reconhecessem». «E agora dá asilo a Edmundo González», denunciou.

«Atentado contra a humanidade»

Por seu lado, o argentino Marcelo Benin, que classificou o povo venezuelano como «heróico», louvou a iniciativa de debater o «fascismo, que [é] um atentado contra a humanidade» e «não reconhece a democracia».

Benin lembrou ainda que o seu país «está a passar por momentos difíceis», por estar «a ser governado por uma corrente fascista» e por causa da repressão que o povo sofre ao protestar nas ruas contra as políticas impostas pelo governo de Javier Milei.

Alerta para os perigos das redes sociais

Ao intervir no primeiro dia de trabalhos no congresso, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez, considerou as redes sociais na actualidade «um perigo real», nomeadamente porque os seus donos «atacam a psiquê das pessoas para as manipular».

Centrando-se no caso da Venezuela, Rodríguez deu como exemplo a guerra mediática a que Revolução Bolivariana esteve e está sujeita. «Contra Chávez, nas redes sociais desenvolveram uma campanha em que diziam que ele te tiraria a casa, os filhos, uma guerra psicológica para pôr um país contra o governo, quando, na verdade, o Comandante Chávez corrigiu a imensa desigualdade que existia na Venezuela do petróleo», frisou.

Agora, a investida tem Nicolás Maduro como alvo e intensificou-se. «Mas não conseguiram, nem vão conseguir», disse Rodríguez em relação às práticas da extrema-direita no país.

Sionismo e fascismo são ameaças

Participante no Congresso Mundial contra o Fascismo, Neofascismo e outras Expressões Semelhantes, Hiru Anderi, jornalista venezuelana e activista pró-palestiniana, falou à VTV, tendo defendido que o termo «sionista» deve ser incluído na Lei contra o Fascismo, Neofascismo e Expressões Semelhantes que se discute na Assembleia Nacional.

Anderi propôs ainda a criação de uma rede internacional antifascista e anti-sionista «que permita desmascarar e combater o sionismo em todas as suas formas».

No entender da fundadora da Plataforma de Solidariedade com a Causa Palestiniana, o sionismo e o fascismo não ameaçam apenas a Venezuela, mas também outros países da região, que foram alvo de acções de desestabilização.

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