Oito dias volvidos sobre a violenta erupção vulcânica na Guatemala, que deixou pelo menos 110 pessoas mortas e mais de 200 desaparecidas, o Instituto Nacional de Sismologia continua a registar explosões.
Um dos departamentos mais atingidos pela «fúria do colosso» foi Escuintla, no Sudoeste do país, onde há anos prestam assistência à população trabalhadores da Brigada Médica Cubana (BMC). Actualmente, são 26, que «convivem com os habitantes da região e, assim, conhecem bem os seus costumes e necessidades», refere a Prensa Latina.
Mal se deu a catástrofe, com especial incidência neste departamento, os médicos cubanos disponibilizaram-se de imediato para ajudar as equipas de socorro guatemaltecas, continuando a desempenhar as suas tarefas no hospital.
Na Escola Oficial Urbana Mista Tipo Federação «José Martí», transformada nestes dias num albergue para prestar assistência às cerca de 900 pessoas afectadas pela erupção vulcânica em Escuintla, o coordenador do grupo cubano nesta região, Relmar Quintana Martínez, explicou à Prensa Latina que se começam a observar os primeiros sintomas de infecções respiratórias e digestivas.
«Estamos a examiná-los a todos com o propósito de os ter controlados e actuar rapidamente face a qualquer emergência», disse. A Prensa Latina pôde verificar que os médicos cubanos, presentes no local desde o primeiro momento da tragédia, realizam turnos de 12 horas, durante toda a madrugada, cobrindo períodos em que colegas de outros países estão ausentes, aumentando os riscos. No dia seguinte, integram os turnos no hospital.
Toda a brigada à disposição
Para além dos 26 trabalhadores da saúde presentes em Escuintla, Cuba pôs à disposição do governo guatemalteco toda a sua brigada médica no país centro-americano, dispersa por 16 dos seus 22 departamentos e com 20 anos de presença ininterrupta.
Isso mesmo foi revelado à Prensa Latina por Yuri Batista, coordenador nacional da BMC e que tem estado a fazer uma avaliação da situação epidemiológica no terreno, acompanhado de perto pelo embaixador de Cuba na Guatemala, Carlos de Céspedes Piedra.
Batista disse que foi entregue às autoridades do país uma lista completa dos recursos humanos da brigada por especialidades, precisando que esta é composta por 431 elementos. Neste contexto, assumem particular destaque os 39 cooperantes que integram a Brigada Henry Reeve, especializada em situações de desastres e que foi constituída a 19 de Setembro de 2005 por iniciativa do líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro.
Na sua maioria, os membros da BMC na Guatemala cumprem actualmente a sua segunda ou terceira missão médica, pelo que são uma força altamente qualificada e estão presentes em comunidades onde, até à sua chegada, não havia cobertura de saúde, refere o diário Granma.
A ajuda médica cubana chegou à Guatemala após o impacto do furacão Mitch, em Novembro de 1998. De acordo com a Embaixada de Cuba neste país, os médicos cubanos realizaram, nestes 20 anos, 409 166 cirugias a pacientes guatemaltecos e efectuaram 43 749 222 de consultas.
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