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Marielle Franco: Sentenças ainda não esclarecem quem mandou matar

Cinco dos arguidos envolvidos no processo criminal de Marielle Franco e Anderson Gomes foram ontem condenados a quatro anos de prisão por ocultação das armas usadas no assassinato, atiradas ao mar.

Manifestação no Brasil exige saber quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes, 14 de Março de 2019 
Manifestação no Brasil exige saber quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes, 14 de Março de 2019 CréditosMarcelo Sayao / Agência Lusa

Ronnie Lessa foi ontem condenado, em conjunto com a sua mulher Elaine Lessa, o cunhado Bruno Figueiredo e outros dois cúmplices, pela destruição de provas relativas aos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a 14 de Março de 2018. Ronnie, ex-polícia militar, é ainda acusado, com Élcio Queiroz, da autoria do homicídio cujo mandante é ainda desconhecido.

O Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (PJERJ) deu como provadas as acusações feitas aos quatro elementos de participação na retirada e destruição das armas, no dia 13 de Março de 2019, escondidas num apartamento no bairro Pechincha, no Rio de Janeiro. Cada um cumprirá uma pena de quatro anos de prisão em regime aberto, que pode ser domiciliário.

Ronnie e Élcio aguardam ainda a realização de um júri popular onde vão responder pelo crime de homicídio, depois de um recurso apresentado por eles ter sido rejeitado. Um Tribunal de Jurí só se realiza, no Brasil, em caso de crimes perpetrados contra a vida, remetendo o julgamento para os membros da própria comunidade de que o suspeito fazia parte.

O Ministério Público do Rio de Janeiro tinha anunciado, no dia anterior à condenação, o pedido de saída de duas promotoras que participaram desde o primeiro momento na investigação do caso. Justificaram esta decisão pelo receio e insatisfação sentido por «interferências externas».

Adriano Nóbrega, ex-BOPE, líder do grupo criminoso a quem terá sido contratado o assassinato e com várias ligações pessoais a Flávio Bolsonaro (a mãe e irmã eram funcionárias no gabinete do filho do actual Presidente da República Brasileiro), foi morto num confronto com polícias a 9 de Fevereiro de 2020.

A viúva, Júlia Lotufo, é agora delatora premiada, tendo prestado declarações no sentido de incriminar o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, na morte do marido, supostamente com o propósito de o impedir de fazer declarações, a «queima de arquivos», sobre as ligações de vários políticos da cidade do Rio a actividades criminosas e ao assassinato de oponentes, incluindo o clã Bolsonaro.

 

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