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Jornalistas panamenhos comprometidos com a defesa da soberania

Num encontro para celebrar os 76 anos do Sindicato dos Jornalistas do Panamá (SPP), os participantes apelaram à defesa da democracia e da soberania nacional, conquistas que vêem ameaçadas pelas elites.

Mesa principal do encontro promovido este sábado, na Cidade do Panamá, pelo Sindicato dos Jornalistas do Panamá Créditos / bayanodigital.com

O debate decorreu este sábado na capital panamenha sob o lema «A realidade nacional do sindicalismo e o futuro do país: a imprensa como aliada da mudança», tendo sido ocasião para que os profissionais da comunicação social presentes exortassem à construção de uma «unidade firme e inquebrável».

No encontro de cariz unitário, que contou com a participação de académicos e dirigentes sindicais, Alberto Velásquez, jornalista e ex-governador da província do Panamá, mostrou imagens que destacam a participação dos jornalistas nas lutas de libertação nacional do país centro-americano face «a ameaças neocolonialistas», refere o portal Bayano Digital.

Por seu lado, a docente, activista social e poeta Sharon Pringle afirmou que nas actuais circunstâncias, marcadas pela acção do governo de José Raúl Mulino, é necessário «elevar os níveis de consciência colectiva» do povo panamenho para «os efeitos nefastos de um modelo económico repressivo e exclusivista, que visa desapropriar e bloquear o protesto dos cidadãos».

Nas suas intervenções, Nelva Reyes, secretária-geral da Central Geral Autónoma de Trabalhadores do Panamá, e Eduardo José Gil, dirigente da Convergência Sindical, denunciaram a repressão movida pelo actual executivo contra as organizações que contestam a sua acção.

Neste sentido, instaram os profissionais a defenderem os direitos laborais conquistados, tendo em conta «os desafios do neoliberalismo e o saque das multinacionais que conspiram contra as normas constitucionais em vigor», indica a fonte.

Defender direitos e propostas de transformação

Ao intervir, a jornalista Rekha Chandiramani, do projecto digital «Con las Manos en la Data», colocou a necessidade de «alternativas que contribuam para divulgar as vozes coerentes do pensamento crítico», bem como «as propostas transformadoras numa sociedade que exige bem-estar social, soberania, educação de qualidade, comunicação para o desenvolvimento, justiça eficaz e emprego decente».

Por seu lado – refere o Bayano Digital –, o secretário-geral do SPP, Gilberto Gómez, disse que o Panamá é «o único país da América Latina que carece de uma Lei da Imprensa e Comunicação ágil», sublinhando que isso ocorre devido à pressão exercida pelos órgãos privados, conservadores, que «se vangloriam de defender a liberdade de imprensa, mas negam aos jornalistas os seus direitos fundamentais e remunerações adequadas».

Em linha com o texto de convocação do encontro, que destacava o facto de o Sindicato dos Jornalistas do Panamá, desde 10 de Agosto de 1949, «ter sido testemunha e protagonista das grandes lutas pela liberdade de imprensa e dos direitos dos trabalhadores», Gómez enalteceu esse historial de luta e reafirmou a disposição da organização sindical para defender os direitos dos trabalhadores da imprensa, num contexto de desafios políticos e económicos.

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