A música de Netta Barzilai, «Toy», é considerada uma das favoritas da edição que Portugal acolhe pela primeira vez. Mas, para a iniciativa «Zero pontos para Israel na competição musical da Eurovisão», inserida na campanha global de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), a presença da artista, e «cúmplice dos crimes cometidos contra o povo da Palestina», é uma forma de branquear a acção terrorista de Israel a nível internacional.
Isso mesmo atestam no documento que tem vindo a ser distribuído em frente ao espaço da Eurovisão, na Praça do Comércio, em Lisboa, e onde se lê que a canção «Toy» é «sobre emancipação feminina e justiça social. Enquadra-se numa contínua tentativa israelita de branquear a opressão do povo palestiniano através de uma campanha de marketing de políticas "de igualdade"».
Netta Barzilai iniciou a sua carreira musical na Marinha de Israel. O movimento pela atribuição de zero pontos ao «apartheid israelita» recorda num comunicado que a principal tarefa da Marinha, «há já muitos anos», é manter a Faixa de Gaza «sob um bloqueio cerrado, manter o porto de Gaza bem fechado, manter a economia de Gaza totalmente paralisada e a população à beira do desastre humanitário total».
Já a missão de Netta Barzilai, de acordo com o texto, passava por manter entretidos os marinheiros e oficiais da Marinha de Israel, que apelidava de «anjos», «esforçando-se para lhes dar mais força e encorajamento na sua tarefa suja de sufocar o povo de Gaza».
«My sailor is my angel»
Em Maio de 2014, Netta Barzilai e outros três animadores da Marinha chegaram ao porto de Haifa e embarcaram numa lancha designada Yafo, onde cantaram uma música com o refrão «My Sailor is My Angel!» («O meu marinheiro é um anjo», em português).
«Foi o orgulho especial da tripulação do Yafo – o mesmo navio que chamou a atenção especial de Netta Barzilai – terem superado todas as outras lanchas e disparado mais bombas contra Gaza do que qualquer um dos seus companheiros», denuncia o movimento.
A 16 de Julho de 2016, quatro meninos, entre os 9 e os 11 anos, brincavam nas areias da costa de Gaza quando foram surpreendidos pelo ataque de uma lancha israelita.
Jornalistas internacionais, que estavam presentes no local e fotografaram o ataque, tentaram salvar as crianças mas quando as equipas de primeiros socorros chegaram já não havia nada a fazer.
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