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Índios Guarani Kaiowá atacados por fazendeiros no Mato Grosso do Sul

Três Guarani Kaiowá foram feridos por disparos, no dia 11, à noite, na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá I, no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul. Nenhum corre risco de vida.

Os Guarani Kaiowá voltaram a ser atacados por fazendeiros
Os Guarani Kaiowá voltaram a ser atacados por fazendeirosCréditos

Três indígenas Guarani Kaiowá – um homem de 32 anos e dois adolescentes, de 15 e 17 anos – foram atingidos a tiro enquanto faziam uma dança ritual. Tudo aponta para que os fazendeiros da região sejam os autores do ataque, refere o Brasil de Fato no seu portal.

No mesmo local, a Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá I, localizada no município de Caarapó, a 273 km de Campo Grande, a capital do estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, foi assassinado há um mês (14 de Junho) o indígena da etnia Kaiowá Cloudione Souza, de 26 anos. De acordo com o relato dos indígenas, este tiroteio, que fez mais dez feridos, foi perpetrado por fazendeiros e pistoleiros («jagunços»).

As «retomadas» de terras

Na base do conflito que se vive nesta região do Brasil, estão as «retomadas» ou ocupações das terras tradicionais, de onde os Kaiowá foram deslocados para uma área de pequena dimensão.

No local, Matias Rempel, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), explicou ao Brasil de Fato que «a reserva é um quadradinho, bem superficial», com três mil hectares para cerca de cinco, sete mil pessoas. «Desde que foram removidos das suas terras tradicionais, na década de 20, eles têm lutado para voltar para os territórios tradicionais. Em 2007, um Termo de Ajuste de Conduta do Ministério Público forçou a Funai [Fundação Nacional do Índio] a reconhecer essas remoções forçadas», acrescentou.

Em 2016, foi concluído um relatório, no qual a Funai identifica como terra indígena 55 mil hectares no Sul do Mato Grosso. Então, os produtores reuniram-se para exigir a sua revogação, tendo em conta que «o relatório foi publicado pelo governo Dilma, como se fosse um contra golpe dela. Uma loucura deles», afirma Rempel.

Desde o ataque ocorrido no mês passado, a Força Nacional de Segurança tem estado no local para garantir a segurança dos indígenas. No entanto, os Guarani afirmam que as autoridades não atenderam a chamada que fizeram por volta das 21h, quando se aperceberam da emboscada. Os agentes de segurança só chegaram por volta das 23h, já depois do tiroteio.

Violação do acordo

Na semana passada, um sindicato agrícola da região, os indígenas e o Ministério Público firmaram um acordo de paz, em que os fazendeiros se comprometiam a não recorrer mais à violência e os Kaiowá a não realizarem mais «retomadas». O acordo foi celebrado na sequência do ataque contra os indígenas em Junho.

Como estão a cumprir o acordo, os Guaranis foram surpreendidos pela acção violenta desta segunda-feira, em que um grupo de homens, deslocando-se em tractores e camionetas, vieram na sua direcção, «bem devagarzinho». Depois de saírem das viaturas, começaram a disparar.

Desde 2003, mais de 400 índios Guarani foram assassinados no âmbito de conflitos por terras no Mato Grosso do Sul, de acordo com dados divulgados pelos próprios indígenas.

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