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Florida proíbe todas as referências a orientação sexual nas escolas

«Don't say gay». Paladino da liberdade, Ron DeSantis, governador de extrema-direita, impede qualquer referência a orientação sexual e género em todos os currículos (História, Literatura, etc...) até ao 12.º ano. 

Ron DeSantis, governador republicano da Florida, já havia assinado um decreto que proíbe referências a homossexualidade e identidade de género nas escolas da Florida até ao 4.º ano de ensino. 28 de Março de 2023 
Ron DeSantis, governador republicano da Florida, já havia assinado um decreto que proíbe referências a homossexualidade e identidade de género nas escolas da Florida até ao 4.º ano de ensino. 28 de Março de 2023 CréditosDouglas R. Clifford

Face a uma total ausência de ideias e projectos, a extrema-direita, um pouco por todo o mundo, parece estar alinhada, e confiante, em travar uma patética «guerra cultural» contra os direitos sexuais e reprodutivos das populações, particularmanente daquelas que, durante séculos, foram alvo da brutal violência do machismo e homofobia. 

No mesmo dia em que DeSantis fazia o seu anúncio, a deputada Carla Castro (que há poucos meses recebeu 44% dos votos dos militantes da Iniciativa Liberal (IL)), afirmava no Parlamento, em dia de discussão de vários projectos dedicados à protecção de pessoas trans, o «princípio de rejeitar soluções extremistas, desenhadas para rentabilizar eleitoralmente nichos radicalizados que promovem o confronto social».

Castro e DeSantis partilham a mais reaccionária das mundividências. Seja na Flórida, seja em Lisboa, a extrema-direita recorre ao papão da cultural war (o confronto social é a tradução da IL) para evitar discutir o seu próprio programa, o seu próprio projecto para toda a sociedade. Por enquanto, o mais simples é centrar a discussão nas comunidades mais marginalizadas.

O projecto aprovado ontem na Florida, proíbe qualquer referência, nos currículos dos alunos do 4.º and 12.º (até aos 18 anos) sobre a orientação sexual e identidade de género, a menos que isso seja exigido pelas normas estatais existentes (não são) ou como parte da instrução sobre saúde reprodutiva, nas aulas de educação sexual (na Flórida, os pais podem, por e simplesmente, decidir que os filhos não participam nestas aulas).

A lei, a que chamam Don't Say Gay (não digas gay), terá consequências naquilo que poderá ser leccionado em disciplinas como História ou Literatura: a rebelião de Stonewall, que despoletou uma onda de protestos em defesa dos direitos das pessoas LGBTI+ e em cujo aniversário se realizam as marchas de orgulho, é um dos eventos históricos afectados por esta lei.

Durante a sessão que aprovou o projecto, uma professora tentou, em vão, explicar as consequências nocivas de proibir a expressão sexual e de identidade de género em crianças e jovens durante esta fase, tão importante, do seu desenvolvimento: «Por favor, compreendam que se os alunos não obtiverem resposta às suas perguntas, através dos seus professores, em quem confiam, ou de pais disponíveis a falar sobre isso com os seus filhos, provavelmente encontrarão as respostas com os seus colegas ou pela Internet», onde não será possível confirmar se a informação que recolhem é saudável ou fidedigna.

Ron DeSantis perfila-se, neste momento, como o maior opositor de Donald Trump na corrida à nomeação dos Republicanos para as próximas presidenciais nos EUA. A necessidade de afirmação levou-o, nos últimos meses, a acentuar a sua retórica e prática homofóbia e machista.

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