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Firmeza palestiniana abre Portas de Damasco

Uma explosão de alegria saudou a retirada, pela polícia israelita, das barreiras colocadas pelos ocupantes para condicionar o acesso dos crentes ao seu tradicional local de oração, na velha Jerusalém.

Palestinianos celebram a retirada das barreiras colocadas pela polícia israelita nas Portas de Damasco, impedindo o acesso ao seu local tradicional de oração. Jerusalém, 25 de Abril de 2021 
Palestinianos celebram a retirada das barreiras colocadas pela polícia israelita nas Portas de Damasco, impedindo o acesso ao seu local tradicional de oração. Jerusalém, 25 de Abril de 2021 CréditosAmmar Awad / REUTERS

Milhares de palestinianos, sobretudo jovens, alguns agitando bandeiras da Palestina, concentraram-se nas Portas de Damasco, na Cidade Velha de Jerusalém, na noite de domingo, para festejar a retirada das barreiras que desde 13 de Abril os impediam de aceder ao local.

A praça grande junto às Portas de Damasco é um popular local de encontro para os fiéis muçulmanos que aí procedem à «oração do descanso» do final da tarde, durante o mês sagrado do Ramadão.

Este ano, a pretexto de evitar confrontos entre palestinianos e israelitas, a polícia ocupante tomou a medida inédita de impedir o acesso pacífico ao local através da instalação de barreiras metálicas.

A decisão desencadeou uma enorme onda de protestos até à sua reversão ontem.

Jovens palestinianos confrontaram diariamente as forças israelitas e desafiaram a proibição, apesar da intensa repressão policial. A Reuters descreve o uso de forças anti-motim, polícia montada e até «veículos equipados com canhões-de-água espalhando água fétida».

Os protestos alastraram a outras cidades da Cisjordânia e à Faixa de Gaza, onde se realizaram grandes manifestações de solidariedade com os palestinianos de Jerusalém. Estados vizinhos, como a Jordânia, avisaram Israel de que ultrapassava uma linha vermelha que não podiam tolerar.

Na quinta-feira passada a violência atingiu um auge quando centenas de militantes ultra-nacionalistas da extrema-direita israelita foram autorizados a marchar pelo centro de Jerusalém, cantando «morte aos árabes».

A repressão da contra-manifestação palestiniana que se lhe seguiu causou mais de uma centena de feridos entre os palestinos, com a polícia ocupante a realizar cerca de cinquenta prisões.

Os confrontos prosseguiram durante todo o fim-de-semana. Segundo a Reuters, vídeos partilhados nas redes sociais mostravam os palestinianos a derrubarem as barreiras metálicas, depois das orações da tarde, embora a polícia israelita tivesse afirmado que ela própria as tinha removido devido a «eventos sem precedentes».

Uma fonte policial declarou à agência noticiosa que a remoção final das barreiras foi efectuada «após consultas com autoridades religiosas, líderes locais e proprietários de lojas», e que a decisão foi tomada para «assegurar a paz e a segurança para todos».

Manifestantes palestinianos transportam um ferido durante os confrontos com as forças ocupantes israelitas, na proximidade das Portas de Damasco, Jerusalém Oriental, Palestina, a 22 de Abril de 2021  Créditos

Apelos à calma e vitória da resistência

As medidas para «aliviar as tensões» foram tomadas, segundo a Reuters, depois de apelos internacionais à calma, no meio de receios de que uma escalada nos confrontos em Jerusalém ficasse «fora de controlo» e conduzisse a uma nova intifada.

Do lado palestiniano a vitória foi saudada ainda esta noite. Hussein Hamayel, porta-voz do movimento palestiniano Fatah, afirmou que o resultado «provou a força e a firmeza do nosso grande povo» contra os militares e colonos israelitas.

Em Gaza foi Hazem Qassem, porta-voz do Hamas, a saudar a vitória, declarando que «a juventude palestiniana forçou os ocupantes a remover os pontos de controlo» – referindo-se às barreiras na praça junto às Portas de Damasco.

A agência palestiniana Wafa noticiou a reabertura da praça e a remoção de barricadas «após 13 dias de confrontos» em que os palestinianos «foram capazes de forçar a polícia de Israel» a recuar.

Depois de sublinhar o importante papel dos jovens nesta luta, a agência regista testemunhos recolhidos de residentes na zona, que afirmam que «a polícia sucumbiu à força de vontade dos palestinianos de Jerusalém», reabrindo a livre circulação na praça e retirando-se do local.

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