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EUA e aliados lançaram 46 bombas por dia durante 20 anos

Os EUA e seus aliados lançaram pelo menos 326 mil bombas e mísseis em países do Médio Oriente, Norte de África e Ásia Central desde 2001. A conclusão é apresentada pelo Codepink – mulheres contra a guerra.

A cidade de Raqqa, destruída pelos bombardeamentos da aviação e da artilharia, após intensos meses de combate
A cidade de Raqqa, destruída pelos bombardeamentos da aviação e da artilharia, após intensos meses de combateCréditos / The Independent

Ao apresentarem os dados da investigação que realizaram, Medea Benjamin e Nicolas J.S. Davies, do grupo Codepink contra as guerras de agressão promovidas pelo imperialismo norte-americano, afirmam que «os media ocidentais noticiaram o ataque aéreo» decretado por Joe Biden contra forças iraquianas na Síria, no passado dia 25 de Fevereiro, «como um incidente isolado e excepcional».

«Mas – notam –, sem que muitos americanos o saibam, os militares dos EUA e os seus aliados estão envolvidos em bombardear e matar pessoas noutros países diariamente.»

Tendo em conta os dados a que tiveram acesso e conseguiram recolher, os investigadores afirmam que, desde 2001, os Estados Unidos e os aliados lançaram pelo menos 326 mil bombas e mísseis em países como o Iraque, a Síria, o Afeganistão, o Iémen, o Líbano, a Líbia, o Paquistão, a Palestina e a Somália. A média é de 46 bombas por dia nos últimos 20 anos.

Só no Iraque e na Síria foram lançadas pelo menos 152 mil bombas e mísseis. Só no Afeganistão a média diária é de 20 bombas por dia.

Os números a que os investigadores do Codepink chegaram baseiam-se sobretudo em publicações militares oficiais dos EUA, além de dados divulgados pelo Bureau of Investigative Journalism, o Yemen Data Project e a New America Foundation.

Número de bombas e mísseis lançados pelos EUA e aliados sobre países do Médio Oriente, do Norte de África e Ásia Central / Codepink

Ainda assim, mesmo sendo impressionantes, os números divulgados representam uma estimativa que os autores assumem que fica aquém dos números «reais». Isto porque, em Março de 2020, a administração de Donald Trump deixou de fornecer este tipo de dados – relativos ao Iraque, à Síria e ao Afeganistão – e a administração de Joe Biden nunca o fez.

Além disso, os números apresentados não incluem bombas ou mísseis utilizados em ataques de helicópteros, os ataques realizados a partir dos aviões Lockheed AC-130 – que, segundo o Codepink, são armas de destruição massiva e foram usados pelos EUA no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Somália e na Síria – e os ataques aéreos realizados com canhões de 20 e 30 milímetros a baixa altitude.

Também não incluem as operações «antiterroristas» ou de «contra-insurgência» em qualquer outra parte do mundo. A este propósito, o Codepink lembra que os EUA formaram uma coligação com países da África Ocidental em 2005 e que não há dados sobre ataques aéreos dessa coligação na região, ou nas Filipinas ou na América Latina ou em qualquer outro lugar do mundo.

De acordo com quadro apresentado pelos investigadores, relativo ao período que vai de 2001 a 2021, os EUA e aliados lançaram pelo menos 152 096 bombas e mísseis no Iraque e na Síria, 81 638 no Afeganistão, 65 534 no Iémen e 26 712 noutros países (Líbano, Líbia, Palestina, Paquistão e Somália).

«Guerra, guerra e mais guerra»

A propósito da publicação dos dados pelo Codepink, o jornalista norte-americano Alan MacLeod lembra que tanto Barack Obama como Donald Trump apresentaram uma retórica anti-guerra quando estavam em campanha, e, chegados à Casa Branca, ambos se afastaram firmemente desse posicionamento.

Num artigo publicado no portal mintpressnews.com, MacLeod afirma que «muitos dos primeiros passos da administração de Biden mostram que haverá mais uma continuação do que uma ruptura com a política externa anterior dos EUA no Médio Oriente».

No que toca ao Iémen, o autor defende que, apesar das promessas de Biden, a linguagem do Departamento de Estado deixa claro que os EUA estão meramente a regressar ao posicionamento de Obama sobre o conflito.

Relativamente à ocupação da Palestina, Biden apoiou inteiramente a decisão de Trump de mudar a Embaixada norte-americana em Israel para Jerusalém. Recentemente, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, em reunião com Benjamin Netanyahu, reafirmou o «compromisso inabalável» da Casa Branca com Israel e a sua segurança.

Em relação ao Irão, Biden, além de ter enquadrado o ataque recente à Síria como uma «mensagem» ao país persa, tem andado a «arrastar os pés» para levantar as sanções impostas e voltar à mesa de negociações, de modo a incluir o país no acordo nuclear que Donald Trump abandonou, nota MacLeod.

«Apesar de os EUA gastarem quase tanto na Defesa como todos os outros países juntos, o impacto da guerra não é em grande medida sentido nos Estados Unidos», destaca ainda o autor, que lembra as palavras dos investigadores do Codepink: «Os americanos e o mundo são deixados quase completamente às escuras sobre a morte e a destruição que os líderes do nosso país continuam a causar em nosso nome.»

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