Num comunicado divulgado recentemente, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) alerta para o facto de a Venezuela estar a ser alvo de «uma acção de ingerência e desestabilização que, explorando reais problemas económicos, visa paralisar a acção do seu legítimo governo, confrontar a Constituição venezuelana e atacar o processo bolivariano e as suas realizações».
Neste sentido, defende que este é o momento de expressar a sua «solidariedade às forças progressistas e ao povo venezuelano», e apela a todos para que se associem às comemorações do dia da independência da Venezuela.
No texto, sublinha-se que «não são os interesses do povo venezuelano que estão por detrás do boicote económico, açambarcamento e especulação. Não são os valores democráticos que estão por detrás dos actos de violência com que grupos reaccionários e de extrema direita tentam lançar o caos naquele país. Não é a verdade que se defende quando se apresenta como opressor um governo democraticamente eleito que tenta manter a ordem e assume a defesa da lei e da Constituição. Não são os interesses da Venezuela e os valores da paz que estão por detrás das acções de uma "oposição" que instiga à agressão externa contra a Venezuela».
O que, de facto, está em causa no país sul-americano é «uma tentativa de golpe de Estado contra um país soberano, contra a sua Constituição e o seu legítimo governo. Um golpe antidemocrático, atentatório da soberania e independência da Venezuela bolivariana, direccionado contra todos aqueles que continuam empenhados em construir um futuro de progresso social, de afirmação soberana e de cooperação entre os estados da América Latina visando o interesse dos trabalhadores e povos daquela região», diz-se no documento.
E acrescenta-se: «O verdadeiro objectivo que preside às manobras de ingerência e desestabilização contra a Venezuela, e às campanhas de mentira e manipulação que as acompanham, é o da tentativa de recuperação do domínio dos EUA posto em causa com os processos progressistas na América Latina.»
Assim, o CPPC entende que «estar ao lado do povo venezuelano, dos seus direitos e da verdade significa estar do lado dos que, depois das Honduras, do Paraguai e do Brasil, resistem a mais uma tentativa de golpe de Estado no continente latino-americano. É prestar solidariedade ao povo da Venezuela defendendo a sua soberania. É rejeitar a criminosa guerra económica, mediática, política e diplomática movida contra a Venezuela, um país que tantos emigrantes portugueses acolheu».
Ataques contra programas sociais
Desde que a extrema-direita venezuelana deu início, em Abril deste ano, ao plano de desestabilização do país, registaram-se 30 ataques contra instalações e bens do Ministério da Alimentação, disse hoje à Venezolana de Televisión o governador do estado de Anzoátegui, Nelson Moreno, citado pela Prensa Latina.
Na véspera, «grupos de vândalos financiados pela oposição» atacaram com bombas Molotov um centro de abastecimento da Missão Mercal, naquele estado, incendiando 40 toneladas de alimentos. De acordo com o governador, «a direita pretende destruir o programa Mercado de Alimentos», que beneficia famílias com baixos rendimentos e faz parte do plano do governo para erradicar da pobreza extrema do país.
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