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Cuba desenvolve com êxito tratamento contra Alzheimer e Parkinson

Pioneira no desenvolvimento de novas tecnologias para o tratamento de doenças neurodegenerativas, Cuba está a aplicar com êxito um método contra o Alzheimer e o Parkinson, afirma o diário La Jornada.

Héctor Vera Cuesta, director do Centro Internacional de Restauração Neurológica (Ciren), em Havana 
Créditos / La Jornada

De visita ao México, Héctor Vera Cuesta, director do Centro Internacional de Restauração Neurológica (Ciren), deu uma entrevista ao diário, na qual deu conta do avanço que representa para os doentes este tratamento, a partir de uma molécula que evita que os neurónios continuem o processo de degeneração.

É uma substância denominada NeuroEPO, que melhora a qualidade de vida dos pacientes. «O mecanismo da molécula é neuro-protector. Evita que os neurónios continuem a degenerar-se, a morrer», explicou.

«O que faz é prolongar um pouco mais a vida destas células do sistema nervoso, pelo que os sintomas são mais espaçados, a doença não tem uma evolução tão rápida», disse o neurologista cubano.

Especialista em genética médica, afirma que os resultados em pacientes com Parkinson e Alzheimer foram «espectaculares». O estudo começou em doentes com Parkinson e detectou-se que a substância referida melhorou a sua condição motora, mas muito mais a parte cognitiva, refere o periódico.

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Cientista cubana vê trabalho sobre a dengue reconhecido pela Unesco

A cubana María Guadalupe Guzmán recebeu esta quinta-feira, em Paris, o Prémio Internacional L'Oréal-Unesco para a Mulher na Ciência, pela investigação que realizou sobre a dengue.

Guadalupe Guzmán, ao centro, na cerimónia de entrega do Prémio Internacional L'Oréal-Unesco para a Mulher na Ciência, em Paris, a 23 de Junho de 2022  
Créditos / PL

Em declarações à imprensa, a cientista afirmou que o prémio que lhe foi concedido pertence a todas as mulheres que fazem ciência em Cuba, país onde 53% dos trabalhadores da ciência e mais de 50% dos investigadores são mulheres – um cenário bem diferente do de outros países neste sector.

«É uma grande honra, mas sobretudo é um reconhecimento a todas as mulheres cubanas dedicadas à ciência, vejo-o assim», disse Guadalupe Guzmán à Prensa Latina, em Paris, onde a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) realizou a cerimónia de entrega dos galardões «Mulher na Ciência», referentes à sua edição 24.

A Fundação L'Oréal e a Unesco atribuíram o prémio à cientista cubana pelos seus trabalhos pioneiros sobre a dengue e toda uma vida devotada à investigação para prevenir e salvar vidas humanas, recorrendo às biociências.

De acordo com uma nota emitida pela Unesco em Setembro do ano passado, ao anunciar a atribuição do prémio, Guzmán destacou-se pela pesquisa em torno da dengue, doença que infecta entre 50 e 100 milhões de pessoas todos os anos, sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais.

O trabalho da professora e directora do Centro de Investigação, Diagnóstico e Referência do Instituto de Medicina Tropical Pedro Kouri permitiu entender melhor a patogénese da dengue, o tratamento dos seus sintomas e a sua prevenção.

A cientista cubana María Guadalupe Guzmán / PL

María Guadalupe Guzmán foi uma das cinco galardoadas com o Prémio Internacional L'Oréal-Unesco para a Mulher na Ciência referente a 2022, tendo obtido a distinção na área geográfica América Latina e Caraíbas.

O prémio foi também atribuído à bioquímica norte-americana Katalin Karikó (América do Norte), à neurocientista chinesa Hailan Hu (Ásia e Pacífico), à especialista em saúde pública ruandesa Agnès Binagwaho (África e Estados Árabes) e à embriologista espanhola Ángela Nieto (Europa).

Na cerimónia desta quinta-feira, em que foram também entregues os prémios relativos a 2020 e 2021, a directora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, lamentou que as mulheres apenas representem um em cada três investigadores e apenas 10% dos envolvidos no campo da inteligência artificial.

«Trabalhemos juntos para eliminar pela base, com o apoio da educação, os estereótipos», disse.

A cientista cubana vive num país com uma realidade diferente e, ao intervir, teve palavras de esperança e encorajamento: «A mulher tem um dever perante o mundo e conta com o potencial para chegar tão longe quanto se propõe», afirmou.

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É uma das moléculas «que vão dar que falar no mundo». «Recentemente – disse –, publicámos um artigo conjunto com o Centro de Neurociências de Cuba, que confirma, com uma análise estatística bem desenvolvida, que é eficaz. Não há dúvida.»

Vera Cuesta anunciou que em breve a NeuroEPO poderá ser comercializada. «Queremos fazer uma fase IV (do estudo clínico), porque toda a molécula nova tem um processo de investigação rigoroso. Nesta etapa queremo-la aplicar de forma massiva», explicou.

Actualmente, estão a ser identificados na Ilha hospitais onde o estudo vai ser realizado, pois «não tem efeitos secundários. É muito inócua e muito fácil de administrar, porque é por via nasal, onde se administram umas gotinhas», esclareceu.

Acrescentou que o desenvolvimento deste medicamento é levado a cabo por centros cubanos de biotecnologia e que o Ciren o testou em pacientes.

O Ciren foi criado há 33 anos por Fidel Castro, sem fins lucrativos e para o desenvolvimento das neurociências. Ali, «aplicamos um programa único no mundo. Reunimos 11 especialistas em função de um paciente», disse Cuesta.

«Trata-se de uma equipa multidisciplinar que cuida de um paciente de forma integral e personalizada, conseguir isso é muito difícil» para qualquer país do mundo, mas em Cuba isso é possível «graças ao compromisso e à capacidade dos especialistas», afirmou o cientista cubano.

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