O concerto, que conta também com actuações de B Fachada, Mafalda Murta, Fried Fanekas Blues e da Orquestra Clássica do Sul, integra-se nas comemorações dos 30 anos da Associação José Afonso (AJA) e é uma das iniciativas que a associação tem estado a promover para evocar o legado de Zeca nos 30 anos da sua morte.
«Insisto não ser tristeza» – palavras de um verso de José Afonso – dá mote a estas comemorações, que já tiveram início no mês de Janeiro e se vão prolongar ao longo do ano um pouco por todo o País, com concertos, declamações, exposições, exibições de filmes e documentários, debates, entre outras iniciativas.
Na apresentação do programa, em Janeiro, o presidente da AJA, Francisco Fanhais, sublinhou que o objectivo era evocar o legado de Zeca e perpetuá-lo para as gerações futuras, «manter viva a sua memória no coração das pessoas».
Outro concerto já anunciado é o que terá lugar, dia 23 – quando passam 30 anos sobre a morte de Zeca Afonso –, no Conservatório Gulbenkian, em Braga, um tributo que contará com a presença de Artur Caldeira, Ana Ribeiro, do Grupo Canto d’Aqui e da cantora galega Uxía.
Múltiplas iniciativas
No âmbito das comemorações dos 30 anos da AJA, o Núcleo de Almada/Seixal está a promover uma «Quinzena de Homenagem a José Afonso», que se vai prolongar até 25 de Fevereiro na Galeria Municipal de Artes, em Almada. Ali, está patente a exposição «Geografias de uma Vida» e todos os dias úteis, das 15h30 às 16h30, é exibido o documentário Não Me Obriguem a Vir para a Rua Gritar.
No dia 23, quando passam três décadas sobre a morte do cantor, músico e poeta, o Núcleo de Almada/Seixal realiza, também na Galeria Municipal de Artes, uma sessão evocativa de Zeca Afonso, com início às 21h30. Contará com uma intervenção sobre José Afonso, um momento de poesia e música, respectivamente, por Henrique Guerreiro, Alexandre Castanheira e Vítor Paulo.
Em Évora, a Sociedade Harmonia Eborense organiza, no dia 23, uma tertúlia de conversa e música sobre «Zeca Afonso e o canto de intervenção. Ontem e hoje», com os cantores A. P. Braga e Benjamim. No local, estará patente uma exposição alusiva a José Afonso, da autoria do fotógrafo eborense José Manuel Rodrigues.
No dia seguinte, o Hall do Teatro Garcia de Resende, também em Évora, acolherá a tertúlia «O pensamento e os valores do Zeca Afonso: a utopia, a liberdade, a cidadania». A iniciativa conta com a presença de Silvério Rocha-Cunha e inclui a actuação do grupo AJA Música.
O Núcleo de Aveiro da AJA apresenta, no dia 23, o documentário cinematográfico Não Me Obriguem a Vir para a Rua Gritar, de João Pedro Moreira. No final da sessão, que terá lugar no Auditório da Associação Cultural Mercado Negro, às 19h, haverá um momento aberto à participação de todos os que o queiram fazer. A entrada é livre.
Em Lisboa, o núcleo da AJA leva a efeito um recital que pretende reparar um «lapso»: o do esquecimento de José Afonso na sua dimensão de escritor de poesia, «em prol do cantautor de intervenção», algo que, em parte, se deve ao facto de esta última faceta ter sido «tão brilhante» e ter desempenhado «um tão importante papel na luta contra a repressão fascista». Neste sentido, Júlia Lello, poetisa e actriz, vai fazer «uma viagem pela poesia de José Afonso». Marta Ramos interpretará algumas das canções do artista, acompanhada por João Parreira na guitarra. É no dia 23, no n.º 170 da Rua de São Bento, em Lisboa.
Também em Lisboa, a Junta de Freguesia de Alcântara, em parceria com a AJA, está a dedicar o mês de Fevereiro a «Lembrar Zeca Afonso, 30 anos depois». No âmbito desta iniciativa, realiza-se, no dia 23, às 21h30, um concerto de homenagem na Academia de Santo Amaro, com o projecto Canto Afonsino e Carlos Alberto Moniz.
No dia 25, o Núcleo da AJA de Covilhã/Belmonte promove a realização do concerto evocativo «Zeca 30 anos depois». É no Grupo Desportivo da Mata, às 21h, e conta com as actuações de Francisco Fanhais, António Duarte e António Fernandes, entre outros, e com uma comunicação de Fernando Paulouro sobre «Músicas de Intervenção ontem e hoje».