Com curadoria de Violante F. Magalhães e José Noras, a mostra é integralmente dedicada à vida e obra do autor neo-realista, que muito jovem «revelou versatilidade de géneros literários, elegendo como principal a poesia».
«A adesão do autor ao Neo-Realismo foi inequívoca. Participou na colecção "Novo Cancioneiro"; senhor de uma escrita interventiva, nunca deixou de ser crítico, combativo, insubmisso», afirma o Museu a propósito da exposição.
Entre os objectivos da iniciativa cultural está o de assinalar o centenário do nascimento do autor (Lisboa, 1920), algo que fora adiado devido ao surto epidémico de Covid-19, informa também, numa nota, a autarquia ribatejana.
Nela, aponta que «a caminhada de vida de Sidónio Muralha» é documentada «com recurso a fotografias, objectos do quotidiano, obras de arte, discos, vasta correspondência e livros representativos de um percurso traçado em três continentes e dezenas de países, onde afirmou e divulgou o Neo-Realismo».
Alude, desta forma, ao exílio do autor, que teve início em 1943, passando por África e pela Europa até se fixar no Brasil, onde viria a falecer (Curitiba, 1982).
Nesse período, «continuou a publicar na Vértice, revista tribuna do Neo-Realismo, e esteve sempre próximo de escritores neo-realistas. Publicou também contos, um romance e o singularíssimo volume A caminhada – Livro de vivências».
«Nos textos poéticos e nos narrativos, glosou valores e desígnios tão antagónicos à exploração capitalista, ao colonialismo, à guerra, enfim, às injustiças e desigualdades sociais, quanto portadores de uma mensagem de esperança», diz ainda o Museu ao apresentar a mostra.
Outro aspecto destacado é o espaço que a literatura infanto-juvenil ocupou na vida e na obra de Sidónio Muralha, patente nos livros que escreveu e na Editora Giroflé, que ajudou a criar.
A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira entre as 10h e as 18h; aos sábados, até às 19h. A entrada é livre.
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