Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

|artes plásticas

Um Gesto Coletivo

«Biblioteca Cosmos», homenagem a um gesto coletivo em Vila Franca de Xira, Agostinho Santos em Matosinhos, Maria João Costa em Sintra, Robert Wiley em Almada e «Esculturas Infinitas» na Gulbenkian.

Exposição «Biblioteca Cosmos», no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, até 31 de janeiro 2021
Exposição «Biblioteca Cosmos», no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, até 31 de janeiro 2021 CréditosJoão Neves

A sexta e última exposição do Ciclo COSMO/POLÍTICA, no Museu do Neo-Realismo1, centra-se na coleção de livros da Biblioteca Cosmos, iniciativa de Bento de Jesus Caraça (1901-1948), que inspirou as curadoras Paula Loura Batista e Sandra Vieira Jürgens para a exposição Cosmo/Política #6 «Biblioteca COSMOS» com obras de Elisa Pône, Filipe Pinto, Francisco Pinheiro, João Fonte Santa, Marta Leite, Nuno Barroso e Sofia Gonçalves. Esta exposição estará patente até 31 de janeiro 2021.

Criada em 1941 e durante sete anos, em pleno contexto da II Guerra Mundial e do Estado Novo, a Biblioteca Cosmos teve como objetivo fomentar o interesse por temas recusados pelo regime, dinamizando um conjunto de iniciativas de democratização da cultura e do conhecimento e a «criação de uma mentalidade livre e de tonalidade científica, entre os cidadãos», afirmou Bento de Jesus Caraça, o autor de «A Cultura Integral do Indivíduo», dinamizando um conjunto de iniciativas de democratização do saber, na continuidade das universidades livres e populares. Na «Biblioteca Cosmos» participaram autores como Abel Salazar, André Cresson, Francisco Keil do Amaral, Fernando Lopes-Graça, Irene Lisboa, Luiz de Freitas Branco e Manuel Mendes, entre muitos outros, e claro, Bento de Jesus Caraça, Esta biblioteca teve também a colaboração de Manuel Rodrigues de Oliveira, sócio-fundador das Edições Cosmos.

Exposição «Século Monstro» de Agostinho Santos, na Galeria Municipal de Matosinhos, até ao dia 24 de janeiro de 2021 CréditosAgostinho Santos /

Segundo a curadora Sandra Vieira Jürgens, «em consonância com a investigação e linhas de trabalho de cada criador convidado, a exposição apresenta projetos artísticos pensados de uma forma livre, não literal, em relação às áreas e aos 106 títulos que compõem este cosmos temático. Só assim, com liberdade e criatividade, poderíamos homenagear este gesto coletivo fundamental, que no fôlego e ambição dos seus propósitos se mantém hoje vivo e relevante para a cultura portuguesa».

Lembramos que o ciclo Cosmo/Política decorreu ente 2017 e 2020, estabelecendo um diálogo entre os artistas convidados e a coleção do Museu do Neo-Realismo, A sua primeira exposição foi «A Sexta Parte do Mundo» (André Guedes, Nikolai Nekh, Maria Trabulo e Marcelo Felix), a segunda teve como tema «Conflito e unidade» (João Ferro Martins, Mafalda Santos e Susana Gaudêncio), a terceira «O Mundo Começou às 5 e 47» (Hugo Canoilas, Miguel Castro Caldas e Tatiana Macedo), a quarta «Quando as Máquinas Param» (Catarina Botelho, Eduardo Matos e Vasco Costa) e «Comunidades Provisórias» (Paulo Mendes, Susana Mouzinho e Tiago Baptista).

Exposição «Uma Vez, E Outra…E Outra Vez…», de Maria João Costa, em Sintra, no MU.SA - Museu das Artes de Sintra, até 24 de janeiro de 2021 Créditos

A Galeria Municipal de Matosinhos2 apresenta a exposição «Século Monstro» de Agostinho Santos, com a participação dos curadores Albuquerque Mendes e Valter Hugo Mãe, a decorrer até ao dia 24 de janeiro de 2021. Agostinho Santos apresenta em Matosinhos a sua maior exposição até à data, com mais de 150 obras, onde o pintor e jornalista reflete sobre as monstruosidades, os medos, a fome, a guerra, a pobreza, a crise dos refugiados, questões ambientais, o racismo e outras tragédias humanas, inclusive o «rosto do coronavírus», materializados através dos seus trabalhos em pintura, desenho, objetos, esculturas e livros de artista. «Durante estes dias, percorrer o espaço da Galeria Municipal, é embarcar numa viagem pela vida e obra do artista, apreendendo diferentes formas de sentir o medo e a esperança e ponderar sobre a força da dor e da superação», assinalam os curadores.

«Interessa-me muito explorar esta faceta da dimensão humana, que tem que ver com as nossas angústias, os nossos medos, as nossas ansiedades, por considerar que são as dimensões que verdadeiramente nos unem, no sentido de que todos, em algum momento, experimentamos este tipo de sentimentos», sublinhou o artista. Agostinho Santos (n. 1960, Vila Nova de Gaia) é pintor, curador independente, escritor e jornalista, realizou e participou em cerca de seiscentas exposições individuais e coletivas a nível nacional e internacional, e ainda concebeu numerosos livros de desenho e pintura, conquistando diversos prémios de jornalismo e das artes. No âmbito desta exposição Agostinho Santos lançou o livro «Monstro», que reúne centenas de desenhos e pinturas sobre os dramas da humanidade, um conto inédito de Valter Hugo Mãe e um ensaio de Álvaro Domingues.

Exposição «Network Connection», de Robert Wiley, na Galeria de Arte Imargem, em Almada, até 28 de janeiro de 2021 CréditosRobert Wiley /

O MU.SA - Museu das Artes de Sintra3 apresenta a exposição «Uma Vez, E Outra… E Outra Vez…» de Maria João Costa4, que poderá ser visitada até 24 de janeiro de 2021. A obra que Maria João Costa agora expõe no MU.SA parte da procura em estabelecer sobre o real, o valor  simbólico capaz de criar o laço social. Neste sentido, o processo de repetição que decorre no tempo constitui um paradoxo: enquanto o momento da ação é marcado por elementos que perpetuam a continuidade de uma cultura e tradição, subjaz à cultura o valor da contingência que nos permite viver o eterno retorno do mesmo. Desta relação espacial e psíquica, vigora a marca do desejo, via significante, que não cessa de se reinscrever.

Na Galeria de Arte Imargem5, em Almada, podemos atualmente visitar a exposição «Network Connection» de Robert Wiley6, que decorre até 28 de janeiro de 2021. Esta exposição apresenta uma seleção de obras recentes que resultam da exploração de conexões que podemos fazer entre ideias, materiais e modos de ser díspares. O vidro desempenha um papel importante nessa exploração, mas muitos outros materiais foram necessários nas tentativas de compreender o que pode ser discutido e o que deve ser sentido.

Francisco Tropa, Escultura, 2018 (bronze, pedestal de metal e motor de rotação). Exposição «Esculturas Infinitas. Do Gesso ao Digital» na Fundação Gulbenkian em Lisboa, até 25 de janeiro de 2021 CréditosFrancisco Palma /

«Esculturas Infinitas. Do Gesso ao Digital», uma exposição que está na Fundação Gulbenkianv7 até 25 de janeiro de 2021, apresenta 18 esculturas de artistas contemporâneos e gessos da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, fazendo referência à importância da técnica de moldagem, como uma prática utilizada nas artes desde tempos remotos e ainda hoje é muito explorado por diversos artistas na criação artística. Nesta exposição poderemos ver obras dos artistas David Bestué, Christine Borland, Steven Claydon, Michael Dean, Aleksandra Domanović, Asta Gröting, Simon Fujiwara, Oliver Laric, Jumana Manna, Jean-Luc Moulène, Charlotte Moth, Francisco Tropa, Xavier Veilhan, Marion Verboom, Daphne Wright e Heimo Zobernig, apresentadas em diversos núcleos.

«Penelope» é o título de uma das peças que Francisco Tropa apresenta nesta exposição. Este artista parte de uma escultura de Soares dos Reis, uma figura melancólica, de ausência, e representa o interior dessa escultura, num processo que ele vai repetir quatro vezes, originando peças cada vez mais finas, num movimento contínuo de subtração. Penélope representa a ansiedade da espera, intensificada pelo movimento repetitivo da rotação de um motor.

Fazemos ainda uma referência especial às obras da série «Fachadas de Berlim», apresentadas por Asta Groting, que são quatro impressões diretas em silicone sobre as fachadas de edifícios de Berlim com marcas da Segunda Guerra Mundial, de forma a recolher, não só os buracos das balas e dos projéteis mas também marcas de grafitti, das poeiras e dos musgos, como referiu a curadora Rita Fabiana.

_________________________________

Todos os espaços dos eventos aqui divulgados cumprem as regras e procedimentos de segurança sanitária. Os horários aqui informados poderão ser alterados de acordo com o nível de risco dos concelhos ou novas medidas de confinamento, pelo que aconselhamos que os confirmem antes da visita.

O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AE90)

  • 1. Museu Do Neo-Realismo. Rua Alves Redol, n.º 45, 2600-099 Vila Franca de Xira. Horário: terça-feira a sexta-feira e domingo, das 10h às 18h; sábado, das 10h às 19h. Vídeo da Exposição aqui.
  • 2. Galeria Municipal de Matosinhos. Avenida Afonso Henriques, 4454-510 Matosinhos. Horário: segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30; sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h.
  • 3. MU.SA - Museu das Artes de Sintra. Av. Heliodoro Salgado, Estefânia, 2710-575 Sintra. Horário: terça-feira a sexta-feira, das 10h às 18h; sábados e domingos, das 12h às 18h.
  • 4. Maria João Costa (n. Ponta Delgada, 1980) iniciou a sua atividade artística em 2016, é licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e venceu recentemente a 3.ª edição do Concurso «À Descoberta do Mestre» no Sardoal, além de já ter participado em diversas exposições em Portugal, Espanha, França, Itália, Dinamarca, Letónia e na Roménia.
  • 5. Galeria Arte Imargem (Associação de Artistas Plásticos do Concelho de Almada). Rua Torcato José Clavine, n.º 19 Piso 03, Pragal, 2800-710 Almada. Horário: segunda-feira, das 10h às 14h; quarta-feira, das 10h às  16h; e quinta-feira das 10h às 13h.
  • 6. Robert Wiley nasceu nos EUA, vive em Lisboa e trabalha em Almada. Concluiu os cursos Liberal Arts no Columbus State Community College (EUA) em 1993 e o BFA Fine Arts na Ohio State University (EUA) em 2001 e tem participado em diversas exposições no estrangeiro e em Portugal. Coordena o Curso de Mestrado em Arte e Ciência do Vidro (VICARTE) na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Campus da Caparica, desde 2009.
  • 7. Fundação Gulbenkian. Galeria Principal. Av. de Berna, 45, Lisboa. Horário: quarta-feira a segunda-feira, das 10h às 18h.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui