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Pirandello nas Ruínas do Carmo esta quarta-feira

Os Gigantes da Montanha, do dramaturgo italiano Luigi Pirandello, estreiam-se amanhã nas Ruínas do Carmo, em Lisboa. O espectáculo marca o regresso às noites de teatro ao ar livre.

CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa

A Ar de Filmes/Teatro do Bairro regressa às Ruínas do Museu do Carmo, de 26 de Julho a 19 de Agosto, com uma nova criação, desta feita em coprodução com o Instituto Italiano de Cultura, Os Gigantes da Montanha, de Luigi Pirandello.

Trata-se de uma estreia para esta companhia, que nunca antes encenou a obra inacabada de Pirandello, escolhida por António Pires por ser uma peça «absolutamente fantástica», que «fala sobre o teatro na sua essência».

«Este texto é um texto icónico e é um texto maravilhoso, a beleza do texto, sobretudo, foi o que me levou a querer fazê-lo», afirmou o encenador à Lusa, considerando que o teatro «é um sítio de imaginação, de sonho, onde podemos ser tudo, podemos dar asas à nossa imaginação, podemos falar de tudo, onde as pessoas são muito livres, e não só os atores, mas também quem assiste».

Para o encenador, este espectáculo «tem algumas situações cómicas», mas é sítio que «não tem comparação com a vida». «Uma companhia de teatro chega a um sítio descrito como fora do mundo e do tempo, mas que para mim é uma metáfora para um palco», acrescenta.

As personagens são uma vedeta, «com os tiques de vedeta, a falar alto, cheia de tiques e de razões e de vontades», um cómico, um actor muito burro, um conde que é o marido da vedeta, que arruinou toda a fortuna no teatro, um personagem mais velho, e uma outra actriz mais certinha, não tão brilhante, nem louca, com os pés assentes na terra.

Nesta história, de um lado, há o grupo de marginais liderados pelo mágico poeta Cotrone (Adriano Luz), do outro, a trupe da Condessa (Sofia Marques), um grupo de actores, fatigados, desiludidos com a vida, que deambula, de terra em terra, à procura de público. O espectáculo conta ainda com as interpretações de Alexandra Rosa, Alexandre Jerónimo, Cassiano Carneiro, Catarina Vicente, David Almeida, Graciano Dias, João Araújo, João Sá Nogueira, João Veloso e Mariana Branco.

Encontram-se no sopé da montanha, um sítio que se situa entre dois mundos, entre a vida e a morte e onde existe a possibilidade de as personagens se libertarem do peso que carregam na consciência.

«É uma peça inacabada. Ela acaba aqui, porque Pirandello morreu antes de terminar», disse António Pires acrescentando: «Há uma versão escrita pelo filho de Pirandello que conta a história de eles terem ido aos gigantes, mas eu mantive esta versão, acho que termina muito bem, este medo, esta incerteza de ir ou não, de continuar, de dizer… Deixo isso para o público, gosto imenso de isto acabar assim, as pessoas são livres de imaginar o que quiserem.»

Nas palavras do próprio dramaturgo italiano, esta é «uma espécie de tragédia humorística», um paradoxo que sugere uma matiz contraditória, uma mistura de sombras e luz, de encantos e crueldade.

Com mais de 80 anos, na opinião de António Pires esta é uma peça «contemporânea», uma parábola sobre o valor da arte num mundo dominado por gigantes impregnados apenas de lógicas economicistas e de lucro, com a intenção de firmar uma crítica sobre a desvalorização do teatro em tempos em que a obra artística tende a ser extremamente realista e objectiva.


Com agência Lusa

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