A Fábrica de Nada teve a primeira exibição na Quinzena dos Realizadores, secção paralela do Festival de Cannes, na quinta-feira, e o anúncio foi feito ontem, pelo júri presidido pela crítica Alissa Simon, da Variety norte-americana.
O filme, interpretado por actores e não actores, segue a vida de um grupo de operários que tentam segurar os postos de trabalho, através de uma solução de autogestão colectiva, e evitar, assim, o encerramento de uma fábrica.
O Júri FIPRESCI de Cannes atribui três prémios: dois na Selecção Oficial – um para a Competição e outro para Un Certain Regard – e um terceiro para a Semana da Crítica ou para a Quinzena dos Realizadores. Pedro Pinho venceu o Prémio da Quinzena dos Realizadores.
Na opinião do realizador, este prémio, além de dar visibilidade à sua película, é uma «notícia excelente para o cinema português e uma prova que este tipo de cinema – que neste momento está sob forte ameaça graças à lei do Cinema, à composição da Secção Especializada do Cinema e do Audiovisual (SECA) e à questão da escolha dos júris da SECA – precisa de ser estimulado e apoiado», porque tem uma «vitalidade enorme».
Considerou também que este reconhecimento internacional obtido em Cannes é «absolutamente excepcional para um País tão pequeno e com tão pouca produção de filmes».
Nas palavras de Pedro Pinho, a A Fábrica de Nada é um filme que propõe uma «reflexão crítica sobre o estado do mundo no período vivido nos últimos cinco ou seis anos em Portugal», sendo, portanto, um «filme eminentemente político».
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